Descrição de chapéu Obituário Marcello Delano Bronstein (1945 - 2022)

Mortes: Foi referência na medicina ao som de música clássica

Marcello Delano Bronstein especializou-se em endocrinologia e no ensino de clínica médica

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São Paulo

Marcello Delano Bronstein viveu três grandes paixões além da família: a música clássica, o estudo sobre a Segunda Guerra Mundial e a medicina.

Natural do Rio de Janeiro, foi um carioca da gema, com muitos dias de praia. Jogador assíduo de vôlei, no bairro do Leme, chegou a integrar o time do Flamengo. Mas o reconhecimento internacional veio com a medicina.

Graduado no fim dos anos 1960 pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Marcello fez a residência médica no setor de clínica e, anos depois, especializou-se na área que trata a glândula chamada por ele de "maestra".

Silvia Poppovic, à esquerda, e seu marido, Marcello Bronstein, à direita sorriem para foto
A apresentadora Silvia Poppovic e seu marido, Marcello Bronstein (1945-2022) - Arquivo pessoal

"Dizia isso porque gostava de música clássica, e a hipófise é a que manda em todas as outras", diz a esposa, a apresentadora Silva Poppovic, 67.

Marcello se consagrou como médico dos médicos, por tratar os amigos, alguns deles famosos, com a mesma atenção com que cuidava dos pacientes. "Mas era ‘low profile’, não era uma estrela vaidosa", afirma Silvia.

Além de estudioso, dedicava-se a transmitir o conhecimento às novas gerações de profissionais como professor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

A rotina atarefada não o impediu de aproveitar, lembra Silvia. "Gostava muito de viajar e de estar perto dos amigos mundo afora. Sempre encontrávamos alguém em uma viagem", diz.

O casamento de 27 anos de Silvia e Marcello foi uma união da maturidade, afirma a apresentadora, porque Marcello já havia se casado duas vezes. Coincidentemente, com duas Silvias. "Sou a terceira e mais duradoura, essa era uma piada nossa", diz.

No segundo casamento, teve três filhas. "Ele já tinha uma experiência familiar e a gente se juntou quando os dois já eram resolvidos profissionalmente. O Marcello foi um grande parceiro para fazer uma família, e a Ana nasceu desse encontro", diz a apresentadora.

"A grande ironia foi que, 22 anos depois, ela foi a doadora de medula que deu a possibilidade do transplante para ele."

Marcello começou a tratar uma leucemia em 2021, mas não resistiu. Faleceu em 25 de novembro deste ano, aos 77 anos.

Ao gesto de amor da filha Ana juntaram-se depois homenagens de amigos, colegas de trabalho e organizações de várias partes do mundo, com direito a um prêmio criado em sua homenagem pela Pituitary Society, associação de neuroendocrinologistas com sede nos EUA que ele havia presidido.

Deixa a mulher, Silvia, e as filhas Marina, Tatiana, Lúcia e Ana.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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