Descrição de chapéu Obituário Izalco Sardenberg Neto (1950 - 2022)

Mortes: Jornalista apaixonado pelas palavras também era fã de vinhos e sapatos italianos

Izalco Sardenberg morreu aos 72 anos, em decorrência de um câncer

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São Paulo

"Talvez pegue a estrada, talvez me acostume à viagem, talvez me leve ao fim, que é o começo, que é o fim." A frase consta no livro de poemas "Remissão" (Amar-Amaro, 2019), do jornalista Izalco Sardenberg Neto.

Nas páginas, ele colocou em prática a paixão pelas palavras. Escreveu sobre o cotidiano, estampou nuances da batalha que travou contra o câncer nas idas e vindas da doença e pincelou questões existenciais.

Natural de Botucatu (a 238 km de São Paulo), Izalco era filho do bancário Walterson Sardenberg e da professora Maria de Lourdes.

Izalco Sardenberg Neto (1950-2022)
Izalco Sardenberg Neto (1950-2022) - Arquivo pessoal

Quando se mudou para São Paulo, em meados de 1968, carregou na bagagem as histórias que viveu junto aos irmãos e primos: o corre na rua, o carrinho de rolimã, as demais brincadeiras e as idas ao clube.

Intelectual, leitor voraz e fluente no inglês, francês e espanhol, Izalco formou-se em jornalismo. Atuou em veículos de comunicação, como a TV Bandeirantes e as revistas Veja, Época e Visão.

Foi na Bovespa que encontrou novos desafios e permaneceu por muitos anos, até a aposentadoria. Lá, uniu duas áreas que gostou de atuar: economia e jornalismo.

Izalco passou pelo Instituto Bovespa de Responsabilidade Social e Ambiental, assessorou o presidente Raymundo Magliano Filho (morto em 2021, aos 78 anos) e foi ombudsman.

De fino trato, Izalco era um homem elegante, sensível, educado e humilde, apesar da presença forte. Tinha o cuidado de olhar, perceber e conversar com todas as pessoas que cruzavam o seu caminho.

A elegância era em dose dupla: na alma e na aparência. "Meu pai sempre se vestiu muito bem. Amava sapatos italianos. Ele não saía de casa se não estivesse bem vestido", conta o designer Pedro Inoue Sardenberg, 45, um dos filhos.

Segundo Pedro, o pai gostava muito de vinhos. Ao lado dos netos, um avô adocicado, que aproveitou o tempo com as crianças para mimá-las, dar doces e sorvetes escondido. "Ele sempre teve o tempo de pai, de avô e o dele mesmo", diz Pedro.

Izalco Sardenberg morreu no dia 21 de novembro, aos 72 anos, de câncer. Deixou a mulher, Conceição Maroni, os filhos Lucas, Gil, Pedro e Ana Rosa, os enteados Carolina e Zé Pedro, além de oito netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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