Descrição de chapéu feminicídio

Brasileira é encontrada morta na Irlanda após Réveillon

Suspeito é o ex-namorado, que foi preso; segundo imprensa local, ele nega a acusação e diz que trabalhava no momento do crime

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Belo Horizonte

Uma brasileira foi encontrada morta em um apartamento em Cork, na Irlanda, na manhã seguinte ao Réveillon. O suspeito do crime é o ex-namorado, também brasileiro, que foi preso pela polícia local.

O corpo de Bruna Fonseca, 28, nascida em Formiga (a 230 km de Belo Horizonte), foi encontrado pela polícia com sinais de espancamento e estrangulamento na manhã de domingo (1º), segundo informações do jornal Irish Mirror.

A foto mostra Bruna Fonseca, 28, encontrada morta em Cork, na Irlanda.
Bruna Fonseca, 28, que foi encontrada morta em um apartamento na cidade de Cork, na Irlanda - Bruna Fonseca no Facebook

O suspeito do crime é Miller Pacheco, 29. O motivo do crime seria revolta após término do relacionamento, conforme familiares de Bruna na cidade do interior de Minas.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa nem entrar em contato com a família do suspeito em Formiga. Segundo a rede de televisão irlandesa RTE, a Defensoria Pública afirmou à Justiça, em audiência inicial, que o ex-namorado da brasileira nega o crime e diz que estava trabalhando na noite do Réveillon.

Formada em biblioteconomia, a jovem se mudou para a Irlanda em setembro do ano passado e trabalhava no setor de limpeza de um hospital, segundo a irmã, Fernanda Fonseca.

"A família está em choque", diz Fernanda. "Os dois já tinham passado por uma separação aqui [em Formiga] porque ele não queria ir para a Irlanda", conta.

Segundo Fernanda, um novo rompimento ocorreu depois que os dois já estavam no exterior.

O relacionamento teve início em 2017. Os dois, apesar de serem da mesma cidade, se conheceram pela internet, porque Bruna vivia em Formiga, mas Miller cursava engenharia em Franca (SP).

Em 2019, ela arrumou um emprego e se mudou para a cidade paulista. O casal ficou junto até janeiro de 2022, quando se separou pela primeira vez.

Bruna voltou para Formiga e passou a juntar dinheiro para a viagem. Trabalhava em uma empresa de certificação digital e, aos fins de semana, como garçonete e atendente em uma sorveteria.

Em agosto do ano passado, os dois voltaram a namorar. Miller, então, resolveu vender o carro e também ir para a Irlanda. Viajou para o país em novembro.

Segundo Fernanda, Bruna era a caçula da família e muito ligada à mãe. "Já morando na Irlanda usava aplicativos daqui de Formiga para mandar sanduíche para ela", conta.

A irmã afirma que, no Brasil, o suspeito não apresentava qualquer indício de que poderia fazer algo contra Bruna. "Pelo contrário, ele a chamava de meu amor o tempo inteiro. Os dois estavam sempre grudados", diz Fernanda.

Traslado

Uma vaquinha foi aberta em um site por uma sobrinha de Bruna para bancar o traslado do corpo para o Brasil.

Até a manhã desta quarta (4), o valor arrecadado era de 49,1 mil euros (aproximadamente R$ 285 mil). A meta estabelecida no pedido era de 30 mil euros (R$ 174 mil). As doações foram acompanhadas de mensagens de conforto para a família, publicadas no próprio site de captação de doações.

"Descanse em paz, Bruna linda. Sinceras condolências à sua família", diz Sandra Manning. "Todos têm direito à vida. Ninguém pode tirá-la. Espero justiça para este homem", afirma Hellen O Grady.

Uma homenagem, marcada para domingo (8), está sendo organizada pela comunidade brasileira em Cork. O convite para o ato, distribuído em inglês pelas redes sociais, pede que as pessoas compareçam de branco e levem velas e rosas brancas.

Uma nova audiência sobre o está marcada para segunda (9). Em nota, o Itamaraty informou que tem conhecimento do caso e que se encontra à disposição dos familiares para prestar a assistência cabível, em conformidade com os tratados internacionais e legislação local.

Segundo a pasta, em caso de morte de brasileiros no exterior os consulados podem dar orientações gerais aos familiares, apoiar contatos com autoridades e cuidar da expedição de documentos, como o atestado de óbito. O traslado do corpo de volta ao país fica a cargo da família.

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