Descrição de chapéu Obituário José Eustáquio da Silva (1955 - 2023)

Mortes: Mandruvá respirava samba e dizia que a vida não tem fim

Compositor mineiro José Eustáquio da Silva morreu por complicações de um enfisema pulmonar

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São Paulo

José Eustáquio da Silva, conhecido pelo apelido carinhoso de Mandruvá, dedicou 42 anos de sua vida ao samba, o mesmo tempo de seu casamento com a esposa Júlia.

Nascido em Timóteo, Minas Gerais, era cantor e compositor de sambas-enredo e multi-instrumentista.

O sambista José Eustáquio da Silva, o Mandruvá, morreu no dia 10 de janeiro - Arquivo Pessoal

Respirava samba desde 1980 e criou oito grupos em Belo Horizonte, entre eles, Partideiro do Ganzê, Ritmistas do Samba, Descontrasamba e Os Pretões. No Carnaval de Belo Horizonte, em 2010, teve cinco de seus sambas-enredo cantados na avenida.

Mandruvá foi membro fundador da Associação da Velha Guarda da Faculdade do Samba, integrante da Velha Guarda do Samba de Minas Gerais, atuou como diretor do Conselho Fiscal no Sindicato dos Músicos Profissionais de Minas Gerais e fundou a Velha Guarda primária do Samba. Participou de diversos festivais ao longo da carreira.

O músico preferia dedicar suas últimas energias ao ritmo que o preenchia do que a uma rotina de médicos e hospitais.

"Ele começou a sentir dores em agosto, mas não falava a verdade. Continuou fumando, bebendo, cantando e saindo com os amigos. Fugia dos médicos. Dizia que era cantor e que ia morrer no samba", conta a filha Thatianna Mara Martins da Silva, 25.

Mandruvá costumava dizer que era duas pessoas. Em casa, na intimidade da família, era José Eustáquio. Do portão para fora era o Mandruvá, artista, popular, guerreiro.

"Tudo nele era marcante. O estilo, a humildade, o carisma, a voz dele. A força, o amor. Sempre foi presente, um paizão e que nunca deixou faltar nada", afirma Thatianna.

O músico vivia de um jeito leve e dizia que a vida não tem fim.

"Por isso, tem sido tranquilo falar dele. Foi feliz, viveu como queria e do jeito que queria", completa a filha.

No Natal de 2022, Mandruvá piorou e foi internado. No dias finais foi descoberto que ele tinha um enfisema pulmonar que já estava em estágio avançado.

Mandruvá morreu no último dia 10, na capital mineira. Além de Thatianna, deixou o filho Philippe Jardel Martins da Silva e a esposa Júlia Maria Natalia Martins da Silva.

O sepultamento ocorreu no Cemitério Terra Santa, em Sabará (MG).

"O velório foi muito bonito, apesar de doloroso, foi uma celebração, com mais de 350 pessoas, com uísque, torresmo, pé de porco, cerveja, cachaça e muito samba", conta a filha.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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