A Polícia Civil de Praia Grande, no litoral paulista, tem em mãos um vídeo que mostra o momento no qual um homem acendeu o rojão que atingiu e matou a analista de backoffice Elisangela Tinem Gonçalves, 38, na madrugada de 1º de janeiro.
O vídeo em questão, de autoria desconhecida, foi encaminhado para familiares de Elisangela pelas redes sociais. A imagem mostra o momento em que um homem acende o artefato. Segundos depois, o rojão faz uma curva e atinge a mulher. Logo na sequência ocorre a explosão.
Na busca pelo responsável por acender o artefato, familiares da mulher criaram grupos nas redes sociais em que pedem vídeos ou imagens que ajudem a identificar o autor da ação —a legislação municipal proíbe fogos na orla.
O primo de Elisangela, o analista de sistemas Alexander Gonçalves, 41, disse que o celular dela foi furtado assim que ela caiu. Segundo ele, o aparelho poderia ajudar na investigação, já que a mulher estava com a câmera ligada na direção de onde partiu o rojão.
No momento da explosão, a praia estava lotada, com muitos turistas e moradores filmando a queima de fogos.
"Estamos analisando as imagens para tentar chegar no autor. Nós já sabemos algumas coisas, mas isso é questão da investigação e não podemos passar. Nós estamos trabalhando para tentar identificar essa pessoa. Pedir para que, se for o caso, ele apareça, para prestar esclarecimentos", disse o delegado Alex Mendonça do Nascimento.
O caso é trato atualmente como homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. A Polícia Civil também analisa imagens de câmeras de monitoramento cedidas pela Prefeitura de Praia Grande.
Elisangela, que morava na Vila Nova Cachoeirinha, bairro da zona norte da capital paulista, estava na faixa de areia da praia Nova Mirim quando foi atingida pela explosão do rojão no tórax e braço direito.
A investigação preliminar apontou que o rojão era particular, ou seja, não fazia parte das festividades oficiais promovidas pela prefeitura para o Réveillon.
Procurada sobre como foi fiscalização na virada contra fogos na praia, proibidos no município, a Prefeitura de Praia Grande disse que foram realizadas forças-tarefas por equipes das Secretarias de Urbanismo, Segurança Pública, Trânsito e Meio Ambiente.
A vítima havia ido até a praia na companhia de familiares, entre eles os dois filhos, de 18 e 13 anos, e de Gonçalves.
À Folha o primo disse que o grupo havia ido até a orla somente para assistir à queima de fogos. Eles haviam se fixado num ponto da praia, mas resolveram sair após notar que várias pessoas soltavam fogos na faixa de areia.
Por precaução, relatou o analista de sistemas, eles resolveram ficar em outro ponto para assistir ao show pirotécnico. Pouco depois, um rojão atingiu Elisangela por trás.
Gonçalves relatou que, no momento em que tentou retirar o objeto de sua prima, houve uma explosão.
O Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) foi acionado, mas ela morreu no local. "Eu estava ao lado dela, mas ela se debateu. Eu pulei na direção e tentei puxar, mas foi muito rápido e explodiu", relatou Gonçalves.
Ele também foi atingido na explosão. Durante o velório da prima, Gonçalves estava com um dos braços enfaixado. O homem também queimou a mão, peito e perna.
O corpo de Elisangela foi enterrado por volta das 17h de segunda (2) no cemitério Vila Nova Cachoeirinha.
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