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Após incêndio, livraria é reinaugurada no subúrbio do Rio

Amigos e clientes doaram livros e recursos para reconstruir a Belle Époque, no Méier

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São Paulo

Seis meses após ser destruída por um incêndio, a livraria Belle Époque, no Méier, voltou a funcionar como reduto de escritores e espaço de encontros literários e feiras culturais na zona norte do Rio de Janeiro.

No dia 21 de julho do ano passado, um curto-circuito provocou a queima de dez mil livros, discos, cds e antiguidades.

Registrado em vídeo pelo livreiro Ivan Costa, 42, proprietário do espaço, o incêndio provocou uma grande mobilização e a livraria foi reconstruída a partir da doação de centenas de livros e de uma campanha online de arrecadação de dinheiro para a obra. Clientes, amigos e proprietários de outras livrarias ajudaram a reerguer o lugar.

A imagem colorida mostra um espaço com prateleiras de livros e uma estufa com salgadinhos
Interior da livraria Belle Époque, no Méier, após a reforma de seis meses - Reprodução/Facebook

Além disso, Ivan recebeu livros, móveis e prateleiras no Domingão com Huck (Globo). No programa exibido no domingo (29), o livreiro ouviu recados de estímulo dos escritores Conceição Evaristo, Paulo Coelho e Violante Saramago e do cartunista Maurício de Sousa.

"Em um mundo tão cruel, tão duro, a preocupação do Ivan com esse acervo é um ato louvável", disse Conceição.

O proprietário da Belle, como o espaço é chamado pelos frequentadores, já vendeu pastel na praia e foi ajudante de pedreiro antes de virar livreiro.

Ele vendia livros em uma bicicleta até abrir o ponto fixo no Méier, há cinco anos. Agitador cultural, Ivan organiza feiras mensais na rua, com expositores, lançamentos e saraus.

Os escritores Ruy Castro, colunista da Folha, e Luiz Antonio Simas e Marcelo Dunlop participaram da reinauguração, no dia 21 de janeiro. O evento teve também roda de samba, apresentações musicais e uma feira cultural.

Em bate-papo com os presentes, Simas disse que um lugar como a Belle Époque dá sentido ao Rio.

"A livraria é fundamental para a cultura suburbana. Vamos juntos neste resgate, ela já provou que das cinzas se pode tudo", afirmou o subprefeito da zona norte, Diego Vaz.

(Esquerda) Fachada da livraria Belle Époque, antes de ser destruída por um incêndio na noite dessa quinta (21)
(Esquerda) Fachada da livraria Belle Époque, antes de ser destruída por pelo incêndio - livrariabelleepoque no Instagram

Na noite do incêndio, o vídeo com as chamas mostrou o desespero do proprietário. "Acabou tudo. Pegou fogo. Meu sonho acabou", disse, aos prantos, ao filmar as chamas. Após a reinauguração, o sentimento é outro. "Não foi só a livraria que renasceu, eu também renasci", resumiu Ivan.

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