Escola com 1.900 alunos em SP é interditada após contaminação por gases

OUTRO LADO: Prefeitura diz que não há risco à saúde de estudantes do CEU Três Pontes; transferidos para unidades distantes terão gratuidade em transporte

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São Paulo

O CEU (Centro Educacional Unificado) Três Pontes, no Jardim Romano, na zona leste de São Paulo, foi interditado após um laudo concluir que o terreno está contaminado pelos gases metano e etilbenzeno. Cerca de 1.900 crianças estudam no local e serão transferidas para outras unidades.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, nenhuma criança ou funcionário da unidade corre risco de saúde por conta da presença dos gases. Também informou que, apesar de os primeiros indícios do problema terem surgido em setembro do ano passado, o laudo confirmando a contaminação só ficou pronto em 27 de janeiro.

Imagem aérea do CEU Três Pontes, um prédio com fachada redonda e com pinturas de personalidades como Carolina de Jesus e Abdias Nascimento
O CEU Três Pontes, na zona leste de São Paulo - Eduardo Anizelli - 11.ago.21/Folhapress

Os pais e funcionários do local só souberam da interdição no último sábado (4), quando foram convocados para uma reunião. O Sedin (Sindicato dos Educadores da Infância) diz que houve morosidade e ineficiência da prefeitura em resolver o problema e fez uma representação no Ministério Público.

A suspeita de contaminação começou quando os funcionários da unidade notaram que o pilar de uma das salas de aula, onde funcionava a creche, começou a esquentar. Segundo a prefeitura, na ocasião, a Comgás foi acionada e descartou que houvesse vazamento de gases.

Também foram acionadas equipes da Secretaria de Obras e da Defesa Civil que determinaram o isolamento desse espaço na creche e suspenderam as atividades de todo o restante do CEU por 15 dias. Nesse período, eles fariam um diagnóstico mais profundo da situação.

Como não foi identificado o motivo do aquecimento do pilar, a prefeitura contratou uma empresa de engenharia ambiental para investigar o caso. As aulas presenciais também foram retomadas e seguiram até o fim do ano letivo de 2022.

"A empresa de engenharia liberou o retorno das atividades, só permanecendo interditada a sala onde foi identificado o aquecimento. As crianças não correram nenhum perigo nesse período", disse Bruno Lopes Correia, secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Educação.

Ainda segundo ele, o laudo detalhado sobre a situação só ficou pronto no fim de janeiro e identificou que o aquecimento foi provocado pela presença de metano e etilbenzeno. A avaliação indicou que os gases estão confinados abaixo da laje do prédio e que não extrapolaram para o ar ou água, ou seja, contaminaram apenas o solo.

"Os engenheiros disseram que a inalação desse gás é improvável. Ele é nocivo ao meio ambiente, por isso, precisamos cuidar da situação. Mas garantimos que, em nenhum momento, a vida ou a saúde das crianças e professores estiveram em risco", afirmou Correia.

Com a interdição do prédio, os cerca de 1.900 alunos da creche ao 9º ano do ensino fundamental serão realocados em outras unidades da região. A prefeitura informou que quem acabar matriculado em escola distante mais de 1,5 quilômetros de onde mora terá direito ao transporte escolar gratuito.

Segundo Correia, a previsão é de que os alunos possam retornar para o CEU Três Pontes no segundo semestre letivo.

A prefeitura está desenvolvendo um projeto-piloto para estudar como extrair os gases do local. Essa primeira etapa deve ser concluída em 25 dias e depois serão iniciados os trabalhos.

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