Descrição de chapéu Alalaô

Gigantes voltam ao Carnaval e arrastam multidões pelo país

Megablocos tomaram capitais brasileiras após pausa forçada pela pandemia

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Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte

O Brasil se reencontrou oficialmente com sua festa mais popular. Multidões tomaram capitais do país desde a noite de sexta (17) e atravessaram o sábado (18) festejando a volta dos principais cortejos de blocos de Carnaval, finalmente liberados para ir às ruas após a pausa forçada pela pandemia de Covid-19.

Gigantes da folia retornaram em sua plenitude. Entre eles, o Galo da Madrugada reinou em Recife para fazer valer a fama de maior do mundo.

Ponte tomada de pessoas e, no centro, uma imagem de um galo gigante
Cortejo ao Galo da Madrugada avança neste sábado (18) no entorno do monumento do Galo Gigante, na ponte Duarte Coelho, em Recife - Paulo Fonseca/Onzex Press/Agência O Globo

Trinta trios elétricos fizeram ecoar as vozes de artistas de diferentes gerações durante nove horas e por um percurso de quase sete quilômetros. Pabllo Vittar, Maria Gadu, Fafá de Belém e Juliette estavam entre as atrações.

"Agora estamos sentindo a realidade e vendo o povo na rua. A força do povo faz o Galo da Madrugada se fortalecer", afirmou Rômulo Meneses, presidente do Galo da Madrugada. "A ficha caiu", disse.

Segundo a organização, o público ultrapassou 2,5 milhões de foliões na edição de 2023, com cerca de 30 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente no evento.

No Rio de Janeiro, o centenário Cordão da Bola Preta foi o responsável pela abertura oficial do Carnaval carioca.

Patrimônio cultural do município desde 2007, o megabloco carregou uma massa de foliões com suas marchinhas e sambas-enredos históricos pelo centro da capital fluminense.

O desfile, com o público em preto e branco, e o encerramento com a famosa "Cidade Maravilhosa" entoada pelos foliões é uma das tradições da largada da festa carioca.

Ao todo, a cidade do Rio terá mais de 450 desfiles, considerando também os blocos que fizeram o pré-Carnaval.

Ainda era tarde de sábado quando Ivete Sangalo retomou o seu posto de estrela do Carnaval baiano para comandar o bloco Coruja, no circuito Barra-Ondina, em Salvador.

Amontoados no entorno dos trios elétricos parados na altura do Farol da Barra, foliões tentavam chegar mais perto da cantora, que decidiu baixar a pressão para evitar acidentes devido ao aperto na avenida estreita demais para tanta gente.

Músicas mais lentas para desestimular o empurra-empurra. Ivete emendou canções como "Flores" e a mais nova "Só Love na Cabeça".

No bloco, parte dos foliões usava tiaras com a expressão "Cria da Ivete", principal aposta da cantora baiana para o Carnaval. A música de trabalho foi cantada quando o bloco inteiro já havia ganhado a avenida Oceânica.

Milhares de foliões se aglomeraram também fora das cordas que demarcavam o espaço do trio elétrico.

"Hoje a gente tá na esbórnia, a gente vai brincar muito", gritou Ivete.

No mar, dezenas de lanchas repletas de foliões acompanhavam o desfile na praia da Barra.

O circuito ainda contou com outras atrações aguardadas, como o cantor Bell Marques, que surpreendeu com um improvável dueto com a sertaneja Paula Fernandes.

Cantaram uma versão axé de "Evidências", consagrada por Chitãozinho e Xororó. "Estou toda arrepiada", disse a cantora, após a participação em cima do trio elétrico.

Ainda no início do desfile, um dos cordeiros do bloco desmaiou e precisou ser socorrido.

Depois de um pré-Carnaval que transformou ruas em um mar de gente, a cidade de São Paulo teve um sábado carnavalesco esfriado pela chuva e um com um tropeço de um dos seus blocos mais populares.

Mulher segura lata de bebida. Ela veste capa de chuva. Ao fundo, dezenas de pessoas estão sob forte chuva
Forte chuva afasta foliões neste sábado (18) na avenida Pedro Alvares da Cabral, no Ibirapuera, durante desfile do bloco Agrada Gregos - Eduardo Knapp/Folhapress

O Tarado Ni Você voltou a ocupar a esquina das avenidas Ipiranga com São João, no centro paulistano, após quase ficar de fora do Carnaval por ter perdido o prazo de inscrição.

Foliões se mobilizaram nas redes sociais e a Secretaria Municipal de Cultura voltou atrás na decisão e incluiu o bloco na programação oficial.

Na esquina histórica e com repertório inspirado nas músicas de Caetano Veloso, o cortejo recebeu um número de foliões abaixo do esperado.

Se faltou gente no centro, sobrou na Faria Lima, na zona oeste da capital. Na avenida que é sinônimo do mercado financeiro do país, o Bloco das Gloriosas, comandado pela cantora Gloria Groove, precisou ser encerrado antes da hora por causa de superlotação. O pedido para o megabloco desligar o volume mais cedo partiu da prefeitura.

Belo Horizonte também mostrou que tem tudo para fazer o povo dançar na rua. Logo na abertura da festa, neste sábado (19), O Então, Brilha, primeiro bloco a desfilar, levou milhares de foliões à região central da capital mineira. Funks das antigas fizeram o público cantar: "Vou passar cerol na mão".

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