Descrição de chapéu Rio de Janeiro forças armadas

Governo vai colaborar com caso Marielle, mas sem federalizar investigação

Ministro Flávio Dino citou no dia da sua posse a possibilidade de o caso ser federalizado

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Brasília

O governo federal irá colaborar com investigação do caso de Marielle Franco, vereadora do PSOL morta no Rio de Janeiro em março de 2018.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, citou no dia da sua posse a possibilidade de o caso ser federalizado —algo, porém, que não vai só da vontade do novo governo. Isso depende do pedido da Procuradoria-Geral da República ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

"A Polícia Federal atuará para que esse crime seja desvendado definitivamente para saber quem matou Marielle e quem mandou matar Marielle Franco naquele dia no Rio de Janeiro", disse na ocasião.

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Homenagem a Marielle Franco no escadão da rua Cardeal Arcoverde com a rua Cristiano Viana, em São Paulo - Zanone Fraissat - 7.dez.20/Folhapress

Dino recebeu, nesta quarta-feira (15), o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, e o subprocurador-geral, Marfan Martins Vieira, para discutir o apoio da pasta para as investigações do assassinato da vereadora Marielle.

Na ocasião, foi definido que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal e Ministério Público do Rio de Janeiro irão trabalhar em parceria visando o andamento e a conclusão das investigações.

A ideia é fortalecer a força-tarefa do MPRJ já existente destinada, exclusivamente, a apurar os desdobramentos dos mandantes do crime, para que a PF, que já acompanha o caso, auxilie de uma forma mais direta na investigação juntamente com a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Cinco delegados da Polícia Civil e ao menos dez promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro ainda não conseguiram responder à pergunta repetida em protestos: quem mandou matar Marielle Franco?

A vereadora e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros há quatro anos, na noite de 14 de março de 2018, em emboscada no centro do Rio. Nos dias seguintes ao crime, também teve início uma campanha difamatória, com fake news sobre relações que jamais existiram entre Marielle e traficantes.

Os ex-policiais militares Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos, e Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado no crime, foram presos em março de 2019 e se tornaram réus pelo homicídio de Marielle. Desde então, as autoridades tentam identificar possíveis mandantes do assassinato.

Ao longo dos anos, porém, as investigações foram marcadas por tentativas de obstrução, pistas falsas e frequentes trocas no comando do inquérito, observadas com preocupação pela família e instituições de defesa dos direitos humanos. Apenas no último ano, dois delegados já estiveram à frente da apuração na Polícia Civil.

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