Descrição de chapéu Obituário Antonio José Aydar (1957 - 2023)

Mortes: Da matemática à culinária, encontrou a felicidade na reinvenção

Professor por mais de três décadas, Toninho Aydar deixou as salas de aula para viver doces anos em seu comércio

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São Paulo

O empresário Antonio José Aydar se considerava um hedonista, doutrina filosófica que defende a busca pelo prazer como finalidade última da vida humana. Com essa ideologia, viveu por 65 anos.

Fruto de uma tradicional família de origem libanesa que se instalara em Rio Preto, no interior de São Paulo, Toninho, como era conhecido, encontrou seu primeiro amor nos números. Gradou-se em engenharia civil e em matemática.

A carreira de engenheiro não foi muito adiante, mas o domínio das ciências exatas logo o levou ao magistério. Toninho lecionou no colégio rio-pretense São José por mais de 30 anos. Tempo capaz de o alçar a símbolo da instituição.

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Antonio José Aydar (1957-2023) - Toninho Aydar no Facebook

Durante essas décadas, somou amigos e, com didática invejável, dividiu seu conhecimento. Em suas aulas, as gargalhadas eram obrigatórias. Com doçura, o professor cativava mesmo os avessos a Bhaskara.

Ao caminhar pela cidade, era sempre tietado. Não faltavam abraços, longas conversas e, usualmente, puxões de orelha pedagógicos.

Fábio Aydar, filho de Toninho, diz que o pai foi um homem extremamente popular. "Não tinha ninguém que não gostava dele, fazia amigos por onde passava."

O profissional também era atraído por esportes de todos os tipos. Acreditava serem as atividades atléticas não só divertidíssimas, mas um instrumento para união entre seres humanos de convicções e origens das mais variadas. Por isso, ocupou a diretoria do tradicional Clube Monte Líbano.

Ao completar 60 anos, Toninho largou a sala de aula, mas não livros e fórmulas. Da matemática partiu para a ciência culinária.

Em um grande shopping da cidade, abriu uma franquia de cookies, onde, além dos badalados doces norte-americanos bem quentinhos, oferecia um brinde ainda melhor: a felicidade sempre estampada em sua face.

Com o prazer de servir a seus conterrâneos, muitos dos quais ajudara a formar como cidadãos, Toninho viveu seus últimos anos.

Antonio José Aydar morreu no último dia 23 de janeiro. Ele sofreu um infarto durante viagem a Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. O eterno professor deixa os filhos Fábio e Lygia, além de Flora, sua amada neta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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