Descrição de chapéu chuva

Chuva causa morte, enchentes e desabamentos em São Paulo; CET suspende rodízio

Mulher morreu afogada dentro do carro em Moema, na zona sul da capital

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São Paulo

Ao menos uma pessoa morreu devido à chuva que atingiu São Paulo na tarde desta quarta-feira (8). A tempestade causou 13 pontos de desabamento e 29 de alagamento, incluindo 17 intransitáveis.

A vítima, uma mulher, estava dentro de um carro que ficou submerso na rua Gaivota, no bairro de Moema, e acabou morrendo afogada. Segundo a tenente da Polícia Militar Beatriz Miscow, ela foi resgata pelos bombeiros em parada cardiorrespiratória. Mesmo com a tentativa de reanimação, inclusive com a ajuda de um médico que passava pelo local, ela não retomou consciência.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) suspendeu o rodízio municipal de veículos.

A chuva desta quarta-feira causou enchentes, desabamentos e quedas de árvores na capital paulista.

Até 18h15, o Corpo de Bombeiros havia recebido 61 chamados por enchentes e 66 para queda de árvores—uma delas caiu na avenida Vila Ema (zona leste).

Queda de árvore interdita avenida na zona leste de São Paulo
Queda de árvore interdita avenida na zona leste de São Paulo - Aline Mazzo/Folhapress

De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da Prefeitura de São Paulo, todas as regiões da capital paulista entraram em estado de atenção para alagamentos. Em alguns, como Itaquera, Penha e Ipiranga, o estado chegou a alerta, quando há enchentes e transbordamentos de rios.

Em Ermelino Matarazzo (zona leste) caiu granizo, segundo o órgão.

A Defesa Civil orienta o motorista a fugir de áreas alagadas e buscar o caminho mais seguro. Caso a água comece a tomar a rua e for possível sair do veículo em segurança, a recomendação é deixar o carro e procurar abrigo em locais mais altos.

A chuva causou a queda do teto de uma sala do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), na Vila Olímpia (zona oeste). Segundo a nota enviada pela instituição, o rompimento de um ralo no 5º andar causou um vazamento, que afetou o teto de corredores do 4º, 3º e 2º andares.

Os reparos já foram feitos, de acordo com o Insper. Não houve feridos e as aulas estão mantidas.

Em Mauá (Grande São Paulo), a queda de um telhado deixou duas crianças com ferimentos leves. Elas foram levadas ao pronto-socorro do Hospital Nardini.

Áreas de instabilidade vindas do interior, formadas pelo ar quente e úmido continuam em atuação na capital paulista. Há potencial para mais queda de granizo e alagamentos.

Imagens do radar meteorológico do CGE da Prefeitura de São Paulo mostram que no momento há uma chuva leve e fraca nas regiões leste e sudeste. Nas próximas horas, a chuva deve perder intensidade, mas a previsão para esta quinta (9) é de novas pancadas generalizadas em toda a região metropolitana, com risco de alagamentos e enchentes.

Chuva acima da média no estado

Este início de 2023 tem sido especialmente chuvoso em todo o estado de São Paulo. O temporal que devastou o litoral norte no fim de semana do Carnaval e deixou 65 mortos fez com que fevereiro deste ano se tornasse o terceiro mais chuvoso do estado desde o início da série histórica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), em 1943.

Segundo o instituto, a precipitação do período (428,9 mm) ficou 66% acima da média histórica, que é de 257,7 mm. O volume de chuva registrado no mês ficou atrás apenas dos meses de fevereiro de 1995 (445,5 mm) e de 2020 (505,7 mm).

A Defesa Civil Estadual já previa que o litoral norte paulista seria atingido por fortes chuvas em fevereiro deste ano, com 200 mm de precipitação, mas o que se viu foi um fenômeno muito maior, explicado pelo choque de diferentes sistemas climáticos.

Em São Sebastião como um todo, o temporal resultou no acumulado de 626 mm. Enquanto as estações do Jaraguá e da Enseada registraram, respectivamente, 156,78 mm e 129,65 mm no último fim de semana, Barra do Una teve 648,53 mm, e Juquehy 2, 694,22 mm.

Na soma dos 59 dias de janeiro e fevereiro, as estações de Una e Juquehy 2 registraram 882,12 mm e 796,03 mm, respectivamente.

Mortes por chuva

No dia 28 de janeiro deste ano, um motociclista foi arrastado pela enxurrada na altura do número 3.400 da avenida Cidade Líder (zona leste da capital paulista), para dentro de um córrego. O homem foi encontrado sem vida pelo resgate, próximo à ciclovia da rodovia Ayrton Senna.

Na capital paulista, no dia 12 de fevereiro, a vítima foi um menino de dez anos, em Guaianases, na zona leste. Os bombeiros encontraram o corpo da criança no dia seguinte, no rio Tietê.

A chuva que caiu no dia 7 de fevereiro fez duas vítimas fatais: um homem caiu no córrego Oratório, na zona leste de São Paulo. O outro caso ocorreu em Osasco, na Grande São Paulo. Ao tentar atravessar a enxurrada na rua Flor de Lotus, na região da estação de trem de Quitaúna, da ViaMobilidade, um homem caiu e foi levado pelas águas.

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