Justiça determina que Estado volte a pagar salário de PM preso por morte de Leandro Lo

Tenente Henrique Otávio Oliveira Velozo deixou de receber após ser detido, em agosto

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São Paulo

A Justiça determinou que o Estado volte a pagar o salário do tenente Henrique Otávio Oliveira Velozo, que está preso pela morte do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, 33. A decisão, do último dia 13, atende a um pedido da defesa do policial militar.

O pagamento dele foi suspenso depois de sua prisão, em 7 de agosto do ano passado. Ele se entregou à polícia no mesmo dia em que atirou no lutador durante um show no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo. Antes, segundo a investigação, ele passou por uma boate e um motel.

O juiz Marcio Ferraz Nunes, da 16ª Vara da Fazenda Pública, deu o prazo de cinco dias para que a decisão seja cumprida.

No pedido, a defesa do PM usou como argumento o fato de o processo contra Velozo estar em andamento, sem uma definição sobre absolvição ou condenação. Em outras ocasiões, os advogados do policial afirmaram que ele agiu em legítima defesa.

O campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo veste kimono azul e faixa preta
O campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, de 33 anos - @leandrolojj no Instagram

Procurada nesta segunda (20), a defesa afirmou, em nota, que a suspensão do pagamento do PM sem a oportunidade que apresentasse o contraditório afronta princípios constitucionais consagrados, como a presunção de inocência e a irredutibilidade dos vencimentos.

Na mesma ação, os advogados solicitaram o pagamento dos vencimentos atrasados.

O policial, que está detido no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte, ainda não deu sua versão oficial sobre o dia do crime. Ele deve ser pronunciar quando for ouvido por um juiz.

Ivã Siqueira Junior, então advogado da família do lutador, disse que, segundo testemunhas, o desentendimento teve início depois de o PM entrar na roda de amigos de Lo, pegar uma garrafa de bebida, começar a chacoalhá-la e encarar o lutador, como forma de provocação.

Lo teria, então, derrubado o homem e o imobilizado. Outras pessoas se aproximaram e separaram a briga, sem ter havido agressões, de acordo com relatos de testemunhas aos quais o advogado da família afirma ter tido acesso.

Velozo teria, então, sacado uma arma e, de frente para a vítima, disparado uma única vez na cabeça do lutador, que foi atingido na testa.

O lutador chegou a receber os primeiros socorros de um médico no local, que buscou reanimá-lo. Em seguida, ele foi levado ao Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro de Saboya, onde morreu.

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