Descrição de chapéu Obituário Hersch Wladimir Basbaum (1935 - 2023)

Mortes: Levou a vida com arte, humor e pouco drama

Hersch Basbaum tem em seu currículo 19 livros, entre contos, romance, peças e ensaios

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O escritor e dramaturgo Hersch Basbaum extraía o humor de qualquer situação. "Ele era irônico em relação às injustiças do mundo e escolheu a literatura e o teatro como território de ação. Enfrentou o mundo pela literatura e pelo teatro", diz o artista e professor, Ricardo Basbaum, 62, seu filho.

Baiano de Salvador, filho de Leôncio Basbaum e Silvia Pereira, Hersch mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança. Lá, aprendeu a gostar de MPB e amar o Botafogo. Na adolescência, em meados de 1950, se mudou para São Paulo.

Na capital paulista, Hersch militou brevemente em movimentos comunistas. Na época, conheceu Natacha Roclaw, com quem casou em 1960 —o casal teve dois filhos Ricardo e Sérgio Basbaum.

Hersch Basbaum, escritor e dramaturgo
Hersch Basbaum, escritor e dramaturgo - Moacyr Lopes Junior - 17.mai.2002/Folhapress

Hersch ingressou na Faculdade de Economia da USP, em 1957, mas não completou o curso. Migrou para a área de marketing e publicidade, na qual trabalhou até se aposentar.

Interessado em dramaturgia, escreveu peças de teatro. Produziu os roteiros de alguns episódios da série Malu Mulher (TV Globo) e do curta-metragem "Goteiras na Alma" (1979).

Hersch morou com a família em São Paulo até 1976, quando voltou ao Rio para trabalhar nas Lojas Brasileiras. Dedicou-se ao empreendimento familiar e a textos de algumas peças teatrais.

Em 1983, voltou a São Paulo e em 2006 trocou a capital pela praia das Cigarras, em São Sebastião.

Hersch Basbaum escreveu 19 livros, entre contos, romance, peças de teatros e ensaios.
São destaques: a biografia "Lauro Cesar Muniz Solta o Verbo" (Imprensa Oficial, 2010), os livros "Obras Póstumas de E.M." (edição do autor, 1972), "Até nas Ilhas Galápagos" (Record, 1976), "Cartas ao Comitê Central – História Sincera de um Sonhador" (Discurso Editorial, 1999) e "A Piscina de Avenarius" (RG Editores, 2022), além da peça "A Ilha da Liberdade" (Sesc Tijuca, 1980).

Ele publicou nos últimos anos os textos completos de suas peças de teatro, como "O Grande Fausto" no livro "Sísifo: O Grande Fausto e Pequenas Histórias" (RG Editores, 2022), "Esperando o Camarada Vitor" em "Equinócio de Emoções Improváveis e Inconclusas" (RG Editores, 2018) e "A Filha do Presidente" na obra "O Solstício da Eternidade e Outros Textos Iconoclásticos" (Livrus, 2016), entre outros.

Além do bom humor, Hersch era um homem gentil. Adorava suas coleções de discos e de filmes. Tinha mais de 1.000 DVDs em casa e gostava de chamar os amigos para sessões de cinema regadas a vinhos.

Hersch morreu dia 19 de fevereiro, aos 87 anos, por complicações causadas por insuficiência cardíaca. Deixou a mulher, dois filhos e dois netos.

"Meu pai tinha uma postura ética em relação aos seus ideais. Permaneceu fiel a essas questões amplas sobre a liberdade e a vida, sempre com humor e pouco drama", finaliza Ricardo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.