Descrição de chapéu Obituário Tânia Galvão Centeno (1948 - 2023)

Mortes: Solidária, foi militante de causas sociais e políticas

Tânia Galvão encantava-se com mulheres de luta e buscava igualdade para todos

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Curitiba

"Sempre tinha alguma moça ali por perto que ela queria conhecer. A dos frutos da terra, dos cogumelos, das empanadas, do frango assado. Muitas viraram amigas", conta Emiliano Galvão ao falar do encanto de sua mãe pelas pessoas, em especial pelas mulheres que batalham pelo seu sucesso.

O olhar feminista de Tânia Galvão Centeno a levou à luta e à conquista da criação do Conselho dos Direitos das Mulheres, na cidade em que escolheu para viver, São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Nascida em Londrina, no Paraná, foi para a capital ainda jovem, onde viu seu pai ser preso durante a ditadura. A luta política herdada da família a fez ativa em causas sociais.

Tânia Galvão Centeno (1948 - 2023)
Tânia Galvão Centeno (1948 - 2023) - Arquivo pessoal

Estudante de filosofia na UFPR (Universidade Federal do Paraná), foi secretária de Educação e diretora de Cultura, sempre com um "discurso propositivo em favor dos interesses populares", destaca o PT (Partido dos Trabalhadores), ao qual ela era filiada.

A presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, também publicou texto sobre Tânia, "que dedicou a vida à luta pelas causas sociais e humanas".

O filho lembra que a atuação de Tânia não se restringia às mulheres. "Ela lutava pela igualdade para todos. Nos ensinou a ouvir o outro, sempre. A respeitar a todos e suas opiniões."

Tânia também atuou no ramo imobiliário por anos e, em 2020, foi candidata a vice-prefeita em São José dos Pinhais.

"Mesmo com o câncer avançado, e na pandemia, participou de todas as atividades de campanha", recorda a amiga Julia Morais. "Sempre muito prestativa e solidária. O tempo dela era para construir um mundo melhor."

Mariangela Galvão enfatiza que a irmã era inteligente, austera, de grande humor e amor pela vida e pelas pessoas. "Nunca ninguém decidiu nada por ela. Viveu plenamente."

Mulher de muitos amigos, com grande capacidade de escuta, Tânia "botava a mão na massa pra fazer o bem. Acolhia muita gente", enfatiza a irmã.

Era apaixonada pelo deserto do Atacam, pelo universo e pelas estrelas, que admirava com seu binóculo, recorda o amigo Luciano Lacerda.

"Tânia foi construindo uma condição de consciência plena de que tinha fechado todos os ciclos. Foi humanista, firme e serena, lutava a boa luta e sabia disso", conclui.

Tânia morreu em 1º de março, aos 74 anos, de câncer de mama. Deixa dois filhos, cinco netos e muitos amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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