Aonde fosse a diversão, a seguia o nascido catarinense, mas paulista por opção, Lorival Sthanke, conhecido como Alemão. Falante e risonho, ele adorava estar em reuniões regadas a cerveja e fartas em churrasco.
Filho de Conrado e Olivia Sthanke, Lorival nasceu em Rio do Sul, no coração de Santa Catarina, em 5 de março de 1951. Lá, ficou até os 17 anos, quando rumou para a capital do estado de São Paulo.
Em terras paulistanas, demorou até se encontrar. Lorival experimentou várias profissões até se alistar e ser convocado para servir no Exército, em que ficou por sete anos. Depois, foi para a atividade fabril.
São Paulo deu ao sulista dois amores eternos: a esposa, Maria, que Lorival conheceu em 1° de maio de 1974 durante caminhada na Praça da República, no centro da cidade, e a Sociedade Esportiva Palmeiras.
Com Maria, ele teve quatro filhos: Fábio, Rogério, Aline e Andressa. Com o Palmeiras, teve dezenas de alegrias e quantidade similar de decepções, encaradas também com risos, mantendo o escudo palestrino no peito.
Lorival e Maria se instalaram com a família em Guaianases, na zona leste da capital. No bairro, ele não media esforços para auxiliar no desenvolvimento da região e na qualidade de vida dos moradores. Pelo altruísmo, tornou-se figura grata em toda a comunidade. Amava caminhar pelas ruas e receber calorosos abraços em agradecimento.
"Até o último momento de sua vida, meu pai ensinou a manter o sorriso no rosto, a calma e a paciência. Foi um homem presente para todos. É difícil pensar na vida sem sua companhia porque ele sempre esteve e continuará presente em mim", diz Rogério Sthanke.
De origem alemã, os avós maternos e paternos de Lorival se mudaram para o Brasil quase três décadas antes de seu nascimento. O homem sempre sonhou em conhecer o país germânico. Em 2020, o fez e levou toda a sua família.
Chorou nostálgico ao entrar em um açougue em Heidelberg, no estado de Baden-Württemberg, e provar uma linguiça que definiu ser preparada exatamente como sua avó e mãe faziam.
Lorival Sthanke morreu em 3 de fevereiro, aos 71 anos, em decorrência de um choque séptico. Ele deixa a esposa, quatro filhos e dois netos.
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