Descrição de chapéu Cracolândia

Polícia faz operação na cracolândia contra quadrilha que compra celulares furtados

Justiça decretou a prisão de cinco pessoas, sendo quatro delas de origem senegalesa e um chileno

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São Paulo

A Polícia Civil realizou uma operação na manhã desta terça-feira (28) com objetivo de prender suspeitos de comprar celulares furtados ou roubados pela quadrilha conhecida como quebra-vidro. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos na região da cracolândia, no centro de São Paulo.

A ação foi desencadeada como parte de uma investigação conduzida por equipes do 27° DP (Campo Belo), na zona sul de São Paulo. A apuração durou cerca de um ano.

Policiais civis arrombam a porta de um bar na rua Guaianases; imóvel é suspeito de ser um dos pontos usados para esconder celulares furtados - Danilo Verpa/Folhapress

Por volta das 8h30, a Polícia Civil informou ter capturado um dos procurados. Ele estava em um imóvel nas imediações da praça Júlio Mesquita.

No mesmo horário, policiais apreenderam diversos aparelhos em uma loja na avenida Rangel Pestana, no Brás. O estabelecimento seria de um dos procurados na ação.

No total, foram apreendidos 53 celulares, além de notebooks, tablets e outros objetos eletrônicos.

Segundo a corporação, a dinâmica da organização funciona da seguinte maneira: ladrões espalhados pela capital são responsáveis por atacar motoristas parados em semáforos ou no trânsito —por isso o nome quebra-vidro.

Com os aparelhos em mãos, eles já sabem para quem vender, acionando os compradores por meio de aplicativos de mensagem. Já na região da cracolândia, os aparelhos são desbloqueados e revendidos no país ou encaminhados para o exterior.

Segundo as investigações, os criminosos montaram uma tabela de preço dependendo do modelo furtado ou roubado. Após o crime, eles fotografavam o celular tomado e enviavam a imagem por meio de um grupo, detalhou a delegada Maria Rezende Corsato, responsável pela investigação.

A Polícia Civil havia solicitado a prisão de 34 suspeitos de integrar a quadrilha. No entanto, a Justiça decretou a prisão preventiva de cinco pessoas, sendo quatro de origem senegalesa e um chileno. Elas devem responder pelos crimes de organização criminosa e receptação.

Foram autorizadas, ainda, 34 ações de busca e apreensão em diversos endereços, sendo 29 deles no centro, 2 nas zonas leste e oeste, e 1 na zona sul. Os pedidos de busca haviam sido autorizados pela Justiça em 10 de março. Já os de prisões, três dias depois.

Celulares apreendidos sobre uma mesa
Celulares furtados e apreendidos durante passagem de bloco de Carnaval no Ibirapuera em fevereiro deste ano - Polícia Civil/Divulgação

A polícia chegou aos suspeitos após cumprir 60 mandados de busca e apreensão entre maio e junho do ano passado.

A atuação da quadrilha entrou na mira da polícia em meio a investigações de três ladrões de celulares que agiam no entorno da avenida dos Bandeirantes, na zona sul, importante via de ligação entre a marginal Pinheiros e a rodovia dos Imigrantes.

Com base nas apurações contra esse trio, a polícia chegou a um suspeito cujos celulares acabaram apreendidos. De um dos aparelhos foram extraídas conversas sobre um grupo no WhatsApp, formado em grande parte por senegaleses, em que o objetivo era a negociação de aparelhos furtados ou roubados.

Um dos alvos dos pedidos de prisão está no Brasil desde 2017. Ele chegou a ficar detido por cinco dias no ano passado, mas sua prisão não foi prorrogada e ele acabou sendo colocado em liberdade.

Para a Polícia Civil, a quadrilha é responsável por comprar cerca de 80% dos celulares furtados pela quadrilha quebra-vidro.

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