Grupo é preso por suspeita de furtos em hospedagens alugadas em SP

Segundo a polícia, eles usavam malas grandes para levar televisores e outros itens de valor de imóveis que reservavam com nomes falsos

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São Paulo

Um grupo suspeito de alugar imóveis com dados falsos e furtar objetos de residências disponíveis em plataformas de hospedagem foi preso na noite de domingo (19) na região do Brooklin, zona sul de São Paulo.

Conforme as investigações, o grupo entrava nas casas e apartamentos com malas grandes e vazias. Após permanecerem por poucas horas nos locais e levavam televisores e outros pertences de valor deixados pelos proprietários para uso comum.

Policiais militares entram no elevador com uma mala grande vermelha
Policiais militares localizaram uma mala vazia no apartamento aluga por um dos detidos - Divulgação/Polícia Civil

Um casal foi detido e um adolescente de 17 anos apreendido.

De acordo com o boletim de ocorrência, João Victor Brunetto, 26, confessou que realizava aluguel através da plataforma Booking.com em nomes de terceiros cujos dados conseguia na internet. Já Alessandra Oliveira Bianco, 22, negou a participação no golpe e disse desconhecer o suposto esquema de locação. A Polícia Civil informou que ambos não apresentaram advogados. O jovem teria admitido os furtos.

A delegada Maria Aparecida Corsato, do 27º DP (Campo Belo), suspeita de que o casal e o adolescente formavam uma quadrilha especializada nesse tipo de crime. Outros seis boletins de ocorrência foram abertos por supostas vítimas. O caso foi registrado como associação criminosa, estelionato e corrupção de menor.

Procurada, a Booking.com disse que até o momento não foi notificada sobre a ocorrência e listou providências que toma para coibir crimes.

"Na Booking.com, levamos a segurança e a proteção muito a sério e, todas as semanas, possibilitamos milhões de estadias, com a grande maioria ocorrendo sem absolutamente nenhum problema", afirma em nota. "No raro caso de atividades contrárias à lei ocorrerem em uma propriedade, incentivamos nossos parceiros de acomodação a entrarem em contato com as autoridades locais para registrar o ocorrido e os apoiamos totalmente, colaborando com quaisquer investigações oficiais. Também podemos impedir que os clientes façam novas reservas em nossa plataforma se as autoridades confirmarem incidentes de atividade ilícita", diz a plataforma.

Supostos policiais

A detenção do grupo também é motivo de investigação pela polícia, uma vez que não se sabe quem a realizou. A Polícia Civil abriu investigação para apurar como ela ocorreu.

Em depoimento, Brunetto disse que reservou, no domingo, um imóvel na alameda Santos, na região da avenida Paulista, para o adolescente. Na mesma data, segundo o depoimento, fez a reserva para o apartamento no Brooklin, em nome de outra pessoa, para ele próprio e Bianco ficarem.

Por volta das 22h, ele teria recebido um telefonema do adolescente, que disse que teria ido ao local para entregar uma droga para o casal. Quando desceu para buscar, disse ter sido surpreendido por supostos policiais, que teriam tomado seu aparelho celular.

Os homens que subiram com ele até o apartamento ainda teriam pegado o celular de Bianco.

Em depoimento, o adolescente contou que, após entrar no apartamento na alameda Santos, foi surpreendido pelos supostos policiais procurando por Brunetto. Seu celular, que era furtado, foi tomado pelo grupo. Eles então seguiram para o imóvel na rua Sansão Alves dos Santos, no Brooklin.

Lá, conforme seu depoimento, foi obrigado a telefonar pedindo que Brunetto descesse para buscar as drogas.

Segundo uma testemunha que acompanhou a detenção, um dos supostos policiais falou para ela que era lotado na Polícia Científica. O grupo de cinco ou seis homens teriam deixado o local em dois carros comuns, antes da chegada da Polícia Militar.

Além de investigar a identidade deles, a polícia pode enquadrá-los por suspeita de sequestro do jovem e agressão a socos contra Brunetto.

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