Descrição de chapéu chuva

Governo de SP vai manter desabrigados de São Sebastião em pousadas por mais 30 dias

Prazo termina na terça (4), mas será ampliado porque menos da metade das vítimas foram transferidas

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São Paulo

O Governo do Estado de São Paulo vai ampliar por um mês o contrato com pousadas e hotéis de São Sebastião que hospedam vítimas dos alagamentos e deslizamentos na cidade.

Pelo acordo atual, o prazo para saída dos quartos terminaria nesta terça-feira (4), porém apenas 469 das cerca de 1.200 pessoas hospedadas foram transferidas para os apartamentos oferecidos pela gestão estadual no Conjunto Habitacional Caminho das Flores, em Bertioga.

Em duas pousadas consultadas pela reportagem, apenas 30% dos hóspedes retornaram para suas casas ou foram transferidos para os apartamentos na cidade vizinha. Já o gerente de outros quatro estabelecimentos afirmou que todos os quartos seguem ocupados e não há data certa para o checkout.

Transferência de vítimas das chuvas para o Conjunto Habitacional Caminho das Flores, em Bertioga, foi iniciada no dia 14 e ainda não foi finalizada - Divulgação/Prefeitura Municipal de São Sebastião

Ao todo, foram disponibilizados 300 apartamentos no conjunto habitacional de Bertioga, dos quais 162 já foram ocupados. As famílias devem permanecer no local por oito meses, até que a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) conclua a construção de unidades permanentes em São Sebastião.

De acordo com a prefeitura de São Sebastião, as transferências, iniciadas em 14 de março, estão sendo realizada pela CDHU, que providencia o transporte e a logística de mudança. A companhia também oferece marmitas àqueles instalados nas unidades, uma vez que os imóveis não estão completamente equipados.

"Chegamos em Bertioga na sexta-feira (31). Recebemos fogão, botijão, colchões, travesseiros, uma cesta básica e produtos de higiene", conta Jucélia Maria Nogueira dos Santos, que estava hospedada em uma pousada em Camburi com o marido, a mãe e o filho.

Pedreiro trabalha em área de São Sebastião onde serão instaladas casas temporárias - Divulgação/Prefeitura Municipal de São Sebastião

"Pelo menos já estamos aqui. Temos que seguir a vida, tentar organizar porque estamos um pouco instalados", afirma a diarista, que agora torce para a realização da cirurgia do esposo. O pedreiro Edivaldo dos Santos da Silva ficou preso por horas na lama e nos destroços e exames mostraram a necessidade de operar um dos joelhos.

Segundo a administração municipal, os colchões e os produtos da linha branca que estão sendo entregues foram doados pela iniciativa privada. Já as cestas, os kits de higiene pessoal e os utensílios domésticos provêm das doações realizadas ao longo das últimas semanas por cidadãos de diversas regiões do país.

Ainda há necessidade de doações e pessoas físicas e empresários que queiram doar eletrodomésticos da linha branca podem entrar em contato com o Fundo Social de Solidariedade pelo email fundosocial.saosebastiao@gmail.com ou pelo telefone (12) 3892-4991. Para doações financeiras, de cestas básicas ou cobertores as orientação estão disponíveis no site da prefeitura.

Além das vítimas hospedadas na rede hoteleira, também estão sendo transferidas para Bertioga pessoas que desde a tragédia estavam abrigadas nas casas de amigos ou de patrões. Três famílias que estavam nessa situação confirmaram a mudança para os apartamentos.

Já aquelas que estão na Colônia de Férias do Itaú devem ir diretamente para as Vilas de Passagem, no bairro Topolândia. A administração municipal afirma que a primeira vila começou a ser construída na última sexta-feira (31), com a realização da fundação para receber as casas temporárias de madeira de reflorestamento.

O governo estadual afirma que as vilas estão sendo construídas nos bairros Topolândia e Juquehy. Ao todo, serão 144 unidades e as primeiras 72 devem ser entregues em até 50 dias. As casas serão ocupadas até a entrega das moradias definitivas, a cargo da CDHU.

A companhia iniciou a preparação de terrenos para construir 518 casas na Baleia Verde e 186 em Maresias. A estimativa é de que os 704 imóveis fiquem prontos no segundo semestre deste ano.

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