Sinais de alerta precederam ataque em escola estadual em São Paulo; veja cronologia

Adolescente que matou professora gravou vídeos com arma, fez ameaças e faltou a atendimento psicossocial

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São Paulo

O ataque que deixou uma professora morta escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo, foi precedido por um comportamento que gerava preocupação.

Ao longo de um mês, sinais que apontavam para uma tragédia iminente ficaram registrados num boletim de ocorrência, no seu atendimento por serviços de saúde mental, em mensagens na internet e brigas na escola.

Confira o passo a passo.

Na entrada da escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, há um carro da Polícia Militar, além de pessoas à frente da porta da escola
Entrada da escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo; na última segunda, estudante de 13 anos matou professora na unidade - Rubens Cavallari/Folhapress

Boletim de ocorrência

Exatamente um mês antes do ataque, a Promotoria de Justiça de Taboão da Serra recebe um ofício relatando o comportamento do aluno, que estudava então na .

No dia 28 de fevereiro, uma funcionária da escola de Taboão da Serra faz um boletim de ocorrência relatando comportamento suspeito e ameaças a alunos, com fotos do agressor portando uma arma.

O documento é encaminhado ao 1º Distrito Policial da cidade, que chama testemunhas para depor e notifica a Vara da Infância e Juventude e o Conselho Tutelar do Município.

Muro com o nome da escola estadual José Roberto Pacheco, no bairro Jardim Frei Galvão, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo
Escola estadual José Roberto Pacheco, no bairro Jardim Frei Galvão, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress

No mesmo dia, a escola envia email para o CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) solicitando acolhimento do adolescente. A unidade disponibiliza um técnico para o atendimento, mas mãe e filho não comparecem.

Transferência escolar

No dia 1º de março, o pai do adolescente pede a transferência dele para outra escola

Cinco dias depois, o aluno retorna à Escola Estadual Thomazia Montoro. Ele já havia estudado lá até 2021, foi para a escola de Taboão da Serra e agora voltava à unidade da capital paulista. Na mesma data, a família informa ao Conselho Tutelar, que acompanhava o caso, que havia se mudado para o município de São Paulo.

Assim, com a mudança de domicílio, a competência para acompanhamento do caso sai de Taboão da Serra, passando para a capital, para onde o procedimento instaurado na Promotoria de Justiça é encaminhado.

Avaliação no CAPSi

No dia 9 de março, mãe e filho são avaliados pela equipe multiprofissional de saúde mental do CAPSi. Após a avaliação, a equipe percebe a necessidade para consulta com psiquiatra.

Esse atendimento é agendado para o dia seguinte, mas a mãe e o jovem não vão à consulta.

Conselho Tutelar

No dia 17 de março, uma equipe do Conselho Tutelar entra em contato com o jovem e a família. A mãe diz ter compromissos profissionais. Na mesma semana, o serviço entra em contato com a família e realiza um novo agendamento.

Brigas na escola

Menos de 20 dias após voltar à antiga escola, o adolescente se envolve em ao menos uma agressão e uma briga.

Na quinta-feira (23), ele dá um soco no rosto de um aluno dois anos mais novo. Chamado pela direção da escola, ele diz que estava "com raiva e precisava desestressar".

Na sexta (24), ele briga com um colega da sala, é apartado por outros alunos e pela professora Elisabeth Tenreiro, 71. O autor dos ataques teria feito ofensas racistas a um colega de sala, dando início à briga. Ele afirma que "vai ter volta".

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