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Cardiologista é condenado por importunação sexual

OUTRO LADO: Médico Nabil Ghorayeb nega a acusação e vai recorrer da decisão

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São Paulo

O cardiologista Nabil Ghorayeb, 75, especialista em medicina do esporte, foi condenado a um ano, um mês e dez dias de reclusão em regime aberto por importunação sexual contra a filha de uma paciente. Ainda cabe recurso da decisão.

A pena pode ser substituída por medidas restritivas de direito a serem definidas pelo juiz de execução penal.

Cartazes contra violência contra mulher são exibidos durante protesto em São João do Meriti (RJ)
Cartazes contra violência contra mulher são exibidos durante protesto em São João do Meriti (RJ) - Eduardo Anizelli - 13.jul.22/Folhapress

O crime ocorreu em janeiro de 2021 no consultório do médico, no Ipiranga, na zona sul de São Paulo. A vítima, uma mulher de 44 anos, disse que Ghorayeb acariciou seu corpo, passou a mão em suas pernas e tentou colocar a mão por baixo de seu vestido.

O advogado Paulo Soldá, que defende Ghorayeb, enviou nota à reportagem na qual o cardiologista nega a acusação e diz que vai recorrer da decisão. "Durante todo o decurso do processo o doutor Nabil Ghorayeb mostrou-se indignado diante das acusações, alegando serem inverídicas, infundadas e sem provas. Diante disso, através de seu advogado, vai recorrer da sentença esperando a reforma da decisão."

O processo corre em sigilo na 11ª Vara Criminal de São Paulo. A decisão, em primeira instância, foi proferida no dia 3 de maio.

Ao menos outras sete pacientes também prestaram queixa contra o médico, mas as denúncias prescreveram porque os supostos atos foram praticados antes de 2018, quando entrou em vigor a lei que tipificou o crime de importunação sexual. As denúncias também foram feitas no Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), onde continuam em andamento.

A lei 13.718/2018 classifica como crime de importunação sexual "praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso", como apalpar, lamber, tocar, masturbar-se ou ejacular, por exemplo.

A empresária disse que procurou o médico em janeiro de 2021 após a mãe sofrer um infarto. Ela foi até o consultório para que o médico fizesse uma consulta por vídeo com a mãe, que ainda estava internada.

A empresária disse que o médico começou a fazer perguntas íntimas, como se ela praticava esporte. Também afirmou que ele pediu para ela tirar a máscara –ainda era o período mais restritivo da pandemia. Depois disso, segue a empresária, o cardiologista foi em sua direção e passou a mão pelo seu corpo.

Ela disse ainda que o médico pegou a mão dela e colocou sobre a calça dele, na região do órgão genital, e disse frases de cunho sexual.

No interrogatório na Justiça, Ghorayeb disse que "não houve nenhuma conversa difícil" com a vítima e que não a conhece. Ele também afirmou que "pessoas se reuniram na internet contra ele".

Na decisão que condenou o cardiologista, o juiz Paulo Camargo Magano, da 11ª Vara Criminal de São Paulo, afirmou que "está comprovado que o réu [Ghorayeb] praticou ato libidinoso, qual seja, o de passar a mão nas partes íntimas da vítima, tentando beijá-la e, ainda, colocando a mão dela sobre seu órgão genital, contra sua vontade, proferindo 'você tem cara que gosta de chupar', objetivando satisfazer sua própria lascívia".

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