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Greve do metrô é descartada após sindicato aceitar proposta do governo de SP

Paralisação estava marcada para esta terça (13), mas aumento no vale-alimentação e promessa de contratação por concurso convenceram categoria

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São Paulo

Funcionários do Metrô de São Paulo suspenderam a greve marcada para esta terça-feira (13). A decisão foi votada depois de assembleia realizada na noite desta segunda (12), onde foi explicada proposta enviada pela empresa pouco antes, que atendeu em parte as reivindicações da categoria.

Os metroviários haviam marcado paralisação para esta terça, nas linhas 1, 2, 3 e 15 (monotrilho), para forçar, principalmente, o pagamento de cestas de Natal e contratação imediata de funcionários por concurso público.

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Passageiros na estação Bresser, da linhra 3-veremelha do metrô; categoria desistiu de paralisação programada para esta terça-feira (13) - Rubens Cavallari - 24.mar.23/Folhapress

Ao todo, 73% das pessoas que votaram (2.325 funcionários) optaram pela não realização da paralisação.

Essa seria a segunda greve do metrô no ano. Em março, o transporte público ficou parado por mais de 30 horas horas e só voltou porque metroviários aceitaram a proposta apresentada pelo Metrô para o pagamento, em abril, de abono salarial no valor de R$ 2.000, além da instituição de Programa de Participação nos Resultados de 2023, a ser pago em 2024.

Em discurso na sede do Sindicato dos Metroviários na noite desta terça, a presidente da instituição, Camila Lisboa, afirmou que o Metrô mandou uma carta com propostas que, segundo ela, tornava mais vantajoso não realizar a greve. "

Segundo explicou em discurso, o metrô propôs reposição de 4,52% nos salários —o acumulado da inflação anual — e reajuste de 38,9% no vale-alimentação.

"O VA vai para R$ 649,36, ou seja, R$ 161 a mais multiplicado por 12 meses, o que dá muito mais que um 'vale-peru'", afirmou a sindicalista. "O metrô não atendeu ao vale-peru, mas consideramos o reajuste [do vale-alimentação] extremamente significativo."

Conforme Lisboa, a empresa também se comprometeu em contratar 115 funcionários aprovados em concurso em 2019, com resultado homologado em outubro do ano passado.

A empresa, afirmou, também encaminhará pedido de concurso público "na exata medida que for necessário".

A contração de funcionários era considerada ponto central da campanha como forma de tentar dificultar a privatização do Metrô, defendida pelo governo do estado. Isso provocou divergência nos discursos de sindicalistas favoráveis à greve e dos que aceitaram a proposta, na assembleia desta terça.

Também haverá mudança no PR (Participação nos Resultados), entre outros, de acordo com a proposta do Metrô, conforme explicado em assembleia.

"Achamos que tivemos avanços, com muita briga", afirmou Lisboa. "Estamos enfrentando um governo que tem um projeto radicalmente contra o nosso, querem vender o metrô", disse, citando o nome do governador Tarcísio de Freitas (Republicamos) várias vezes. "A gente acha vantajoso e seguir luta por contratação e não privatização."

Com a votação, o sindicato encerrou a campanha salarial deste ano.

Questionados sobre a possibilidade de paralisação e sobre as propostas, o Metrô e a Secretaria de Transportes Metropolitanos não respondeu até a publicação desta reportagem.

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