Descrição de chapéu violência

Dino pede uso de imagem de câmeras em uniforme e investigação sem interferência em Guarujá

Ministro disse que reação a crime contra policial no litoral de SP não parece ter sido proporcional

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu nesta segunda-feira (31) o uso das imagens nas câmeras em uniformes policiais para esclarecer o que ocorreu durante megaoperação de forças de segurança paulistas na Baixada Santista, que deixou ao menos oito mortos.

Ele disse ainda que espera uma investigação independente do caso, sem interferências. E que, por enquanto, não há nada que sua pasta possa fazer sobre o assunto.

"Neste momento, o fundamental é garantir que haja essa investigação independente no estado de São Paulo e não tenho dúvida que as imagens das câmeras são fundamentais para esclarecimento do fato. Essa providência com certeza autoridades de São Paulo vão tomar e nós do governo federal estamos acompanhando", disse o ministro a jornalistas no Palácio do Planalto, após cerimônia do MEC (Ministério da Educação).

O ministro Flávio Dino (Justiça), durante lançamento do PAS (Programa de Ação na Segurança), no Palácio do Planalto, em 21 de julho de 2023. - Gabriela Biló/Folhapress

O ministro disse ainda que é claro que a Ouvidoria e o Ministério Público vão solicitar as imagens das câmeras, e que é preciso respeitar autoridades estaduais. "Tanto o Poder Executivo, quanto o Judiciário e Ministério Público, aguardar o que vão apurar. E, à luz do resultado da apuração, tomar posicionamento do governo federal", disse.

A megaoperação no litoral é uma resposta à morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, força de elite da PM paulista) em Guarujá na quinta (27), em um crime que gerou comoção entre policiais.

"Chama atenção fato de ter um terrível crime contra policial, que merece repúdio, repulsa, e houve reação imediata que não parece nesse momento ser proporcional em relação ao crime que foi cometido", disse Dino. O ministro ressaltou, porém, que é preciso aguardar o fim da investigação para saber exatamente o que aconteceu.

A fala do ministro contrasta com a do secretário de segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, inclusive na utilização do mesmo termo.

"Nós reagimos com essa violência na mesma proporção com que eles atacam as polícias", disse o secretário nesta manhã, em reação a dados divulgados pela ouvidoria da corporação, que afirma que mortos podem chegar a 12.

Em pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes na manhã desta segunda (31), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que oito pessoas foram mortas em oito confrontos com os policiais durante a operação. Destes, quatro já foram identificados, segundo o secretário estadual da Segurança Pública.

Já a Ouvidoria das Polícias disse ter identificado ao menos dez mortes decorrentes de intervenção policial em Guarujá desde sexta (28). Os nomes dos mortos não foram divulgados oficialmente.

Moradores de Guarujá também relataram que policiais militares torturaram e mataram ao menos um homem, e prometeram assassinar 60 pessoas em comunidades da cidade.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que até agora não constatou abusos policiais e que todas as denúncias serão investigadas.

O autor do disparo que matou o soldado na última quinta foi capturado na noite deste domingo (30), na zona sul da cidade de São Paulo.

Segundo Derrite, a polícia chegou ao suspeito apontado como autor do disparo que matou o policial por meio de relatos de testemunhas.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.