Descrição de chapéu Obituário Solimar Carneiro (1956 - 2023)

Mortes: Agregadora na família e na defesa da população negra

Solimar Carneiro, umas das fundadoras do Instituto Geledés, morreu em São Paulo nesta terça (11) aos 66 anos

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São Paulo

Solimar Carneiro nasceu em São Paulo, em uma família de sete filhos, família combativa, que se tornaria referência na atuação pelos direitos da negritude.

Irmã da filósofa e escritora Sueli Carneiro, Solimar é uma das fundadoras do Geledés Instituto da Mulher Negra, em 1988, do qual era diretora. Assumiu a presidência da organização por dois mandatos, entre 2003 e 2009.

Coordenou iniciativas pioneiras, como o Projeto Grio e o Projeto Rappers, tidos como estratégicos para consolidar o hip hop como manifestação cultural e plataforma de expressão da juventude negra.

Solimar Carneiro (1956 - 2023)
Solimar Carneiro (1956 - 2023) - Arquivo Pessoal

Teve ainda participação ativa nos processos administrativos do instituto e dedicou-se a iniciativas de inserção de pessoas negras no mercado de trabalho.

"Ela foi um suporte de várias frentes da organização. Contribuiu de forma efetiva com o trabalho com a juventude. Teve um trabalho muito produtivo com diversas gerações dentro da organização, desde o hip hop até o processo de fomentação ao mercado de trabalho pensando em jovens negros", diz Natália Carneiro, sobrinha, diretora e coordenadora de Comunicação do Geledés.

É lembrada como uma pessoa de pensamento e atuação 100% estratégicos, já que trabalhava de forma efetiva para a formação de novas lideranças negras.

"A morte de Solimar Carneiro é uma perda irreparável para o movimento negro e o movimento de mulheres negras. Geledés Instituto da Mulher Negra e todos aqueles que tiveram o privilégio de trabalhar ao lado de Solimar Carneiro expressam profundo carinho por todos os momentos memoráveis que passaram com essa grande líder", afirma o Geledés.

Solimar era agregadora e sempre tinha pessoas ao seu redor, seja em casa ou no instituto.

"Ela sentava com a gente para conversar de questões de namoro, de sexualidade e várias outras que, muitas vezes, a gente não estava acostumada a conversar com os nossos pais, com os irmãos", lembra Natália.

Após a morte da mãe, a família passou a se reunir na casa de Solimar.

"Solimar era a pessoa que recebia a família. Todos os domingos era na casa dela. Ela cozinhava, o Natal era feito na casa dela, depois da morte da nossa avó. Então, ela é a pessoa que sempre recebia, tanto na organização do Geledés quanto no núcleo familiar. Fica sempre de lembrança a forma com que ela recebia cada um dos integrantes da família ou os agregados", diz Natália.

Solimar morreu nesta terça-feira (11) em São Paulo, aos 66 anos. Deixou três irmãos e três irmãs.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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