Descrição de chapéu Obituário Lídia Aparecida de Paula (1953 - 2023)

Mortes: Majestosa, levou a bandeira do samba por cinco décadas

Lídia Aparecida de Paula encantou desfiles de escolas de samba de São Paulo

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Curitiba

Embaixadora do Samba, Cidadã Samba, A Majestosa. Esses são alguns dos títulos concedidos à porta-bandeira Lídia Aparecida de Paula, que encantou os desfiles de escolas de samba de São Paulo por 50 anos.

Nascida na capital paulista, ela fez história não apenas por seu talento, mas também pela doçura e sabedoria ao ensinar sua arte a mulheres de todas as idades.

Presidente de honra da Associação Cisne do Amanhã, Lídia foi motivação e impulso. O projeto, que leva o ensino do samba a comunidades de São Paulo, tinha 70 alunos e com ela passou a contar com 218, segundo José Luiz Castro, presidente da entidade.

Lídia Aparecida de Paula (1953 - 2023) como porta-bandeira da Escola de Samba Tom Maior
Lídia Aparecida de Paula (1953 - 2023) - José Soriano

"Depois dela, tudo melhorou; a quantidade de alunos, a didática, os relacionamentos. Nos dias de desfile, ela fazia questão de estar presente para dar força e incentivo aos alunos. Ela acolheu todos como seus filhos; nos sentíamos no colo da mãe", diz Castro, lembrando que a sambista será tema do enredo da escola Paulistanos da Glória em 2024.

Lídia começou a trabalhar cedo, como empregada doméstica, após sair de um colégio de freiras. Ainda moça, iniciou no samba como passista, mas logo descobriram seu verdadeiro talento, recorda a prima Benedita Lopes. "Lídia sempre foi ágil, alegre e esperta. Muito inteligente."

A filha, Deborah de Paula Silva, define a mãe como um ser humano incrível, que transmitia alegria por onde passava. "Com ela não existia tristeza. O Carnaval era sua maior paixão. Tudo na vida dela se resumia ao samba."

A morte de Lídia repercutiu no samba paulistano. A Liga Independente Cultural das Escolas de Samba de Santos destacou a trajetória da porta-bandeira, "reconhecida e premiada não só no Carnaval de Santos como também na capital paulista". Ela foi referência na passarela e também na formação de casais, diz a nota de pesar.

"Nossa majestosa é uma das porta-bandeiras mais respeitadas no Carnaval em nosso país. Residindo em Santos, fazia questão de estar em todos os ensaios junto com a família vermelha e amarela, para ostentar o nosso pavilhão, onde quase completou 50 anos de avenida", publicou a escola de samba Tom Maior, traduzindo-a como "luz, riqueza e força".

A escola de samba Unidos do Peruche também lamentou a morte de Lídia. "Sinta orgulho do bem e de todos os ensinamentos valiosos que deixou a tantas pessoas", diz a publicação. "Nossa eterna porta-bandeira, a arte da dança é hoje muito melhor porque você existiu e a tornou mais bela."

Lídia foi casada por 14 anos com o mestre-sala Sergio Luiz de Paula Silva, seu companheiro de samba.

Ela morreu em 24 de junho, após uma cirurgia no intestino. Ela deixa dois filhos, quatro netos e o Carnaval de São Paulo de luto.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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