Descrição de chapéu Cracolândia drogas

Polícia já cadastrou cerca de 200 usuários em 'censo' da cracolândia

Identificação dos frequentadores está entre as estratégias anunciadas pelo Governo de São Paulo

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São Paulo

A Polícia Civil cadastrou cerca de 200 usuários de drogas que frequentam a cracolândia. Nesta quarta-feira (19), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou a criação de uma espécie de censo na região para identificar o perfil de pessoas.

A ideia é separar moradores de rua, dependentes químicos e traficantes e, depois, levar os usuários de drogas para um novo endereço no Bom Retiro, na zona central da cidade.

Cracolândia se fixa na rua dos Gusmões, esquina com avenida Rio Branco, na região central de São Paulo
Cracolândia se fixa na rua dos Gusmões, esquina com avenida Rio Branco, na região central de São Paulo - Danilo Verpa - 14.jul.23/Folhapress

Os cadastros são feitos pelos policiais civis que fotografam e anotam os dados dos usuários abordados durante as ações policiais. A maioria dos usuários cadastrados tem passagem por furto, roubo, tráfico de drogas, entre outros crimes, segundo a Polícia Civil.

Além disso, imagens feitas por câmeras e drones têm sido usadas pelos policiais para identificar o movimento do tráfico de drogas na cracolândia. Os criminosos usam barracas e guarda-sóis para esconder a venda e consumo de crack da vigilância policial.

As declarações do governador divergem das falas repetidas desde a semana passada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que nega qualquer iniciativa do poder público de remover a cracolândia.

Segundo o prefeito, a movimentação dos usuários em direção ao Bom Retiro, apesar de ter tido forte aparato policial, fez parte da dinâmica própria da cracolândia sem intervenção dos agentes municipais. A operação teve participação da GCM (Guarda Civil Metropolitana), chefiada pelo prefeito.

Moradores do Bom Retiro afirmaram que notaram a presença de carros policiais e da GCM em ruas do bairro por onde os usuários de drogas passaram dia antes da movimentação.

Na manhã desta quarta, ao ser questionado novamente sobre o assunto, Nunes voltou a negar a intenção de levar o fluxo da cracolândia para o Bom Retiro, onde fica o complexo Prates, equipamento municipal dedicado ao atendimento e acolhimento de usuários de drogas. O prefeito ressaltou que a concentração de dependentes químicos age por conta própria e que cabe ao poder público oferecer tratamento a quem está no fluxo.

Há cerca de três semanas, o fluxo, como é chamada a aglomeração de dependentes químicos que forma a cracolândia, ocupa trecho da rua dos Gusmões na esquina com a avenida Rio Branco. A proximidade com o centro comercial de eletrônicos da Santa Ifigênia tem preocupado os governantes que temem o impacto nas eleições municipais do próximo ano.

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