Descrição de chapéu Obituário Pablo de Medeiros Pinto (1983 - 2023)

Mortes: Incansável e dedicado, viveu mais do que seus 40 anos

Pablo Pinto criou colégio de presidentes de tribunais de ética da OAB no Rio Grande do Norte

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São Paulo

A vida de Pablo superou em muito seus 40 anos, segundo família e amigos. Quem conviveu com o advogado ficou marcado pela impressão que ele transmitia de ser incansável. Isso desde pequeno, quando passava o dia com os amigos da rua, da escola ou dos esportes —primeiro, o judô, depois, o jiu-jítsu, que praticou pelo resto da vida.

Nascido em Natal (RN), em 1983, adorava visitar o sítio da família com o avô, Ivan, e o pai, Ricardo, 62, que seria sua referência na carreira em direito. "Gostava muito de andar a cavalo, subir em árvore, tirar coco direto do coqueiro, sempre foi danado", diz a irmã Júlia Pinto, 38. Com a mãe, Sarah de Medeiros, 60, dividia o amor pela praia, em especial a de Tabatinga, no litoral sul do estado.

Além da energia sem fim para trabalho, amizades e família, Pablo era muito disposto a ajudar. Durante a carreira de advogado, fez trabalhos pro bono, sem cobrar.

Assim como o pai, especializou-se em direito eleitoral. Presidiu o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Rio Grande do Norte e criou o primeiro colégio de presidentes destes fóruns. Fundou e atuava no escritório Pablo Pinto Advogados.

pablo está usando quimono, sentado sobre os joelhos em um tatame e sorri para a foto. é branco, tem cabelos grisalhos e barba preta
Pablo de Medeiros Pinto (1983-2023) - Arquivo pessoal

Segundo a irmã Maíra Arcoverde, 25, também advogada, era uma figura que preenchia qualquer lugar em que chegasse. "Desde a voz dele até a forma de se expressar, era muito marcante." Foi assim que cultivou amizades duradouras, como entre os amigos praticantes de jiu-jítsu.

"Conheci Pablo em 1996, ele era bastante novo, ainda na categoria juvenil, e eu já na de adulto", afirma o amigo Bruno Nóbrega, 46. "Foi um grande companheiro de tatame." Apesar de restrita ao ambiente do esporte, a amizade durou até o fim da vida de Pablo.

Depois de uma pausa de Bruno por 12 anos, eles voltaram a treinar juntos em 2018. "Ele tinha um sonho de se tornar faixa preta", diz o amigo. A agenda do esporte competia com as de trabalho e da família, mas Pablo sempre se esforçava para comparecer e era firme com a disciplina exigida pela arte marcial.

Foi essa dedicação que marcou sua trajetória, lembrada no texto da sua missa de sétimo dia. "Ele era capaz de andar uma maratona enquanto atendia ao telefone, de passar noites em claro trabalhando, como também comemorando, rindo, partilhando tanta amizade."

Para a irmã Maíra, 15 anos mais nova, era quem dava orientações sobre a carreira jurídica e a vida. Para as filhas Amanda, 9, e Açucena, 4, do primeiro casamento, e Pablo Filho, de quatro meses, foi um pai presente e amoroso.

A vida de Pablo, que valeu muito mais que seus 40 anos, foi interrompida em 10 de agosto por um infarto fulminante. Deixa os irmãos Júlia, Maíra e Tobias, os filhos e a companheira, Tatyanny Medeiros, 42.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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