Descrição de chapéu Rio de Janeiro Folhajus CNJ

Dino diz que deve acionar Barroso sobre sumiço de mandado de prisão de líder do CV

Dados de Wilton Quintanilha saíram do sistema nacional de foragidos; ministro da Justiça afirma que possível infiltração do crime organizado será apurada

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São Lourenço da Mata (PE)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse, nesta quarta-feira (11), que vai conversar com o presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Luís Roberto Barroso, sobre o sumiço do nome de Wilton Quintanilha, o Abelha, considerado um dos principais líderes do Comando Vermelho, do Banco Nacional de Mandados de Prisão.

A informação foi revelada pela Folha na terça (10).

Abelha é um dos homens mais procurados nas operações que ocorrem nesta semana no Rio de Janeiro. Mas até o início da tarde desta terça poderia ficar solto caso conseguisse sair do estado.

Flávio Dino, que usa terno e óculos de grau, é fotografado do peito para cima; ele gesticula; um reflexo seu aparece em uma porta, e a imagem da foto é dividida entre o fotografado e o reflexo
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante entrevista coletiva em julho - Adriano Machado - 24.jul.2023/Reuters

O nome dele não estava no BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão), apesar de ele ser considerado pela Justiça fluminense como foragido. A reportagem monitorou o banco desde o dia 15 de setembro e os documentos não constavam como disponíveis.

A Folha procurou o Tribunal de Justiça na manhã para perguntar sobre a ausência do nome do sistema por mais de três semanas. Recebeu como resposta que, após o questionamento da reportagem, fez a inclusão das informações. Os dados só reapareceram no sistema às 16h30 desta terça.

"Claro, [é] grave, evidentemente vou conversar com o CNJ, com o ministro Barroso, que preside o CNJ, e ver no que podemos ajudar", disse Flávio Dino, na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, onde faz anúncios para a segurança pública no estado.

O ministro da Justiça também afirmou que as facções do crime organizado têm a infiltração em sistemas como um de seus métodos de atuação, mas não confirmou se isso aconteceu nesse episódio.

"Lidamos com infiltrações em vários sistemas institucionais porque infelizmente essas facções foram se fortalecendo ao longo do tempo ao ponto de também conseguirem invadir sistemas, cooptar agentes públicos para suas operações. Claro que não estou afirmando [que] isso [aconteceu], mas isso certamente será investigado", disse.

Flávio Dino ainda afirmou que a Polícia Federal poderá investigar o sumiço do nome.

"Sim, claro [a PF pode investigar]. Se houver pedido do CNJ, ou a partir de indicadores, é claro que pode, mas evidentemente nesse caso, como é outro poder, vamos conversar com o chefe desse poder, que é o ministro Barroso."

cartaz com foto e nome Wilton Quintanilha e a palavra "Procurado"
Cartaz pede ajuda nas buscas por Wilton Quintanilha - Divulgação

Dino ainda frisou que o BNMP é coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça e que o Ministério da Justiça acompanha por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Em São Lourenço da Mata, Flávio Dino participa da cerimônia de implantação, por parte do governo federal, do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania e do Programa de Ação na Segurança em Pernambuco.

As duas iniciativas são executadas pela União por meio de cooperação com os estados. A governadora Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), participam.

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