Família protesta contra morte de homem espancado após pichar tapume em SP

Confeiteiro foi perseguido por grupo até o banheiro de um supermercado em Interlagos, na zona sul; ninguém foi preso

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São Paulo

A família de Rafael Lucas da Silva, 34, marcou para este domingo (29), às 19h, em Interlagos, zona sul de São Paulo, uma manifestação contra o assassinato do confeiteiro.

O objetivo é pedir justiça e que a Polícia Civil identifique e prenda os suspeitos que espancaram Silva até a morte no banheiro de um supermercado, no último domingo (22).

Silva, de acordo com o cunhado, Alexandro Lopes de Souza, voltava de uma festa junto com um amigo, cada um em um carro, por volta das 20h, quando pararam nas imediações da avenida Miguel Yunes, na Vila Campo Grande.

Cartaz divulga protesto contra a morte de Silva - Divulgação

"Ele parou parar fazer uma pichação no tapume de uma obra. O hobby dele era fazer pichação. Mas saiu um pessoal de um condomínio e começou a dizer que ele era ladrão de bateria de carro e começou a confusão", conta Souza.

De acordo com o boletim de ocorrência, os dois amigos foram cercados por um grupo de cerca de oito a dez pessoas, incluindo duas mulheres.

Os dois fugiram. O amigo correu em outra direção e foi abordado pela polícia. Silva foi em direção ao supermercado, na avenida Interlagos, e tentou se proteger no banheiro. Mas quatro homens o perseguiram e o espancaram dentro do banheiro do supermercado Atacadão.

A vigilância foi avisada e encontrou os suspeitos saindo do banheiro, dizendo que a vítima era ladrão de bateria e que, por isso, decidiram dar um "corretivo" nele.

Os suspeitos fugiram do local. Os vigilantes encontraram a vítima bastante machucada, mas consciente. Acionaram a Polícia Militar e o resgate, mas o socorro chegou qunado Silva já tinha perdido a consciência e não resistiu.

O caso foi registrado no 98º DP (Jardim Miriam) e ninguém foi preso até o momento.

"Hoje está fazendo sete dias que um jovem inocente, pai de família, trabalhador, foi morto injustamente", afirma Souza.

"A revolta é muito grande. Se ele tivesse caído de um prédio pichando, a família estaria conformada. Porque teria morrido fazendo o que ele queria. A gente sempre aconselhou a parar de fazer isso, mas ele amava pichação. Mas foi maldade, barbárie. Nada justifica a tirar a vida de uma pessoa por causa disso", diz o cunhado.

A manifestação acontecerá no cruzamento da avenida Interlagos com a das Nações Unidas e a Miguel Yunes.

"Vamos fazer essa manifestação pacífica para pedir justiça, para que os agressores sejam presos, para pagar pelo que eles fizeram", afirma.

Silva, segundo o cunhado, era um homem honesto e trabalhava como confeiteiro em uma padaria. Deixou a mulher e quatro filhos.

A investigação está em andamento pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a equipe da unidade analisa as imagens coletadas no estabelecimento e nas imediações e ouve testemunhas para identificar a autoria e entender a dinâmica dos fatos.

O Atacadão afirmou que "lamentamos profundamente o ocorrido, quando um grupo de pessoas invadiu nossa loja para perseguir e agredir um homem. Ao identificarmos a situação, acionamos imediatamente a Polícia Militar e o Samu. Estamos à disposição para cooperar com as autoridades na apuração do crime."

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