Polícia prende pai e filho suspeitos de golpes milionários na comunidade cigana

Advogado estima que cerca de 3.000 pessoas foram vítimas; prejuízo pode chegar a R$ 700 mi

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São Paulo

A Polícia Civil prendeu dois empresários –pai e filho– por suspeita de terem aplicado golpes milionários na comunidade cigana. Eles foram detidos no Jardim Europa, na zona oeste de São Paulo, na noite desta quarta-feira (26).

Segundo o advogado Marcos Manteiga, que atua na defesa de parte das vítimas, cerca de 3.000 pessoas podem ter sido lesadas no país. As movimentações teriam iniciado em junho.

Manteiga crê que os prejuízos cheguem a R$ 700 milhões. A suspeita é que ciganos na Argentina, México e Estados Unidos engrossem a lista de vítimas.

Para o advogado, as apurações devem apontar a participação de cerca de 40 pessoas no golpe.

Vítimas de golpe procuraram a Polícia Civil para denunciar os suspeitos
Vítimas de golpe procuraram a Polícia Civil para denunciar os suspeitos - Reprodução/Polícia Civil

Conforme a polícia, a dupla oferecia rendimentos acima dos praticados em aplicações financeiras. Seus nomes não foram divulgados.

"Teve vítima que vendeu a casa em que morava, pegou R$ 500 mil, investiu, em dias 30 dias ele [achou que] iria ter R$ 1 milhão. Em dois meses, ele reinvestindo, R$ 2 milhões", explicou o advogado.

Manteiga disse não ser possível classificar o golpe como pirâmide, uma vez que os golpistas não obrigavam as vítimas a levar mais pessoas para eles.

Para atrair as vítimas, os suspeitos publicavam fotos na internet demonstrando uma vida de riqueza.

"Eles começaram a ostentar nas redes sociais carros de luxo, relógios, joias, viagens internacionais, roupas de grife. Mostrando [para os outros] que ganhariam dinheiro investindo em ouro. Esses que foram presos são ciganos ricos, morando na rua Itália", acrescentou o advogado.

De acordo com Manteiga, em setembro os credores teriam começado a pedir seus valores de volta, com a expectativa de receber os lucros acumulados.

No entanto, os suspeitos do golpe não atendiam mais telefones e bloqueavam as vítimas nas redes sociais. Pai e filho também passaram a se hospedar em hotéis para fugir dos cobradores, afirma o advogado.

Os empresários foram presos por policiais da 2ª Delegacia de Investigações sobre Estelionato e Contra a Fé Pública na rua Escócia. Eles são investigados por suspeita de estelionato e organização criminosa.

Durante a ação foram apreendidos dinheiro, joias e documentos.

A Justiça decretou a prisão temporária da dupla.

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