No fim da tarde desta segunda-feira (20), feriado da Consciência Negra, guardas-civis metropolitanos prenderam quatro homens que estavam próximos da ponte das Bandeiras, no centro de São Paulo, com armas brancas e adereços com alusão ao nazismo.
Em um dos celulares foi encontrada a imagem de Adolf Hitler como fundo de tela. Um outro aparelho tinha um adesivo da bandeira dos Estados Confederados na parte de trás —a bandeira representou os estados do sul contrários à abolição da escravidão na guerra civil de 1861 a 1865.
Além das facas e canivetes, os quatro homens —dois deles com 19 anos, um com 21 e outro com 26— carregavam cartazes com alusão aos bandeirantes, às armas e ao orgulho paulista.
Uma testemunha que deixava o parque Tietê acionou os GCMs. Ela estranhou o fato do grupo que vestia calça camuflada e coturnos colar cartazes no muro da Universidade Zumbi dos Palmares no feriado da Consciência Negra.
De acordo com a testemunha, um homem de 30 anos, que preferiu não se identificar, um dos homens vestia uma camiseta com a frase "white lives matter" (vidas brancas importam). A reportagem confirmou o uso da vestimenta ao encontrar com os jovens na delegacia.
A testemunha disse ter se sentido intimidada pelo grupo, mas ajudou dois guardas-civis a deterem os suspeitos.
Os quatro homens foram encaminhados para o 2º DP (Bom Retiro), no centro de São Paulo. Por volta das 22 horas, os quatro foram liberados antes mesmo dos guardas-civis deixaram o prédio da delegacia. O delegado plantonista resolveu indiciar um dos jovens por receptação —ele portava um celular com queixa de furto—, incitação ao crime e porte de arma branca. Os outros três foram indiciados por incitação ao crime e porte de arma branca.
Os celulares dos quatro foram apreendidos para passar por perícia.
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