Afetados por tragédias de Brumadinho, Maceió e caso Kiss se reúnem em MG

Seminário para marcar cinco anos do rompimento da barragem do Córrego do Feijão terá lançamento de site para acompanhar processos contra empresas

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Belo Horizonte

Vítimas e parentes de atingidos por quatro das maiores tragédias já ocorridas no Brasil se reúnem nesta segunda (22) em Brumadinho (MG) para um seminário organizado para marcar os cinco anos do rompimento da barragem da Vale na cidade, em 25 de janeiro de 2019, que causou a morte de 270 pessoas.

Também estarão presentes familiares de atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, que provocou 19 mortes em 2015.

Haverá, ainda, a participação de afetados pela atividade da mineradora Braskem em Maceió, obrigados a deixarem suas casas por risco de afundamento do solo, e parentes de vítimas do incêndio na boate Kiss, que deixou 242 mortos em 2013, em Santa Maria (RS). O seminário acontecerá na Câmara Municipal.

A cidade de Brumadinho (MG), cinco anos após tragédia - Marlene Bergamo - 22.dez.2023/Folhapress

Além das mortes, o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que fazia parte da mina Córrego do Feijão, destruiu matas, matou animais e poluiu o rio Paraopeba.

Em Mariana, o rompimento de barragem da Samarco, joint-venture da Vale e da mineradora australiana BHP, provocou ainda um rastro de destruição ao longo do vale do rio Doce, entre Minas Gerais e sua foz no litoral do Espírito Santo, também poluído pela lama.

Já o total de vítimas da atividade da Braskem em Maceió é estimado em 60 mil pessoas desde 2018. Todas tiveram que abandonar suas residências em bairro s da cidade que ficavam sobre minas das quais a empresa retirava sal-gema. Tremores de terra eram comuns na região.

No seminário desta segunda-feira, chamado "Cinco Anos Sem Justiça", será lançado o site Observatório das Ações Penais da Tragédia em Brumadinho, que possibilitará o acompanhamento de processos abertos contra a Vale, a empresa Tüv Süd, que prestava consultoria para a mineradora, e seus executivos.

Entre as ações abertas está uma movida pelo MPF-MG (Ministério Público Federal em Minas Gerais) pela condenação de executivos da empresa por homicídios qualificados. O processo corre no TRF 6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região).

Segundo a Avabrum (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos Pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão), o objetivo do observatório é facilitar o acesso da sociedade às informações não sigilosas dos processos. Também será possível acompanhar ação movida na Alemanha, onde está a sede da Tüv Süd.

"Propiciar o acesso a esses documentos de forma organizada, em uma linguagem acessível, faz com que as pessoas interessadas tenham as ferramentas necessárias para conversar mais sobre o caso, compreender como ele está tramitando", afirma o assessor jurídico da Avabrum, Danilo Chammas.

O observatório foi criado em uma parceria da associação com outras entidades, como a Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, da Arquidiocese de Belo Horizonte, e a Clínica de Direitos Humanos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Houve também participação de entidades da Alemanha.

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