Na comunidade de Ribeiro Manso (MG), às margens do rio Paraopeba, distante 300 km da barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho, o medo chegou antes da lama. Ali, as águas translúcidas não dão sinal da destruição que avança progressivamente pelo rio, atingido por rejeitos de mineração. Entretanto, alguns moradores, receosos, já deixaram suas casas, e imóveis se desvalorizaram em até 50%. Um pouco adiante, um pesqueiro situado na Fazenda Porto Mesquita, na zona rural de Curvelo, viu a clientela desaparecer. "Num fim de semana normal, vinham aqui de 80 a 100 pessoas, mas no último não apareceu ninguém, embora a água continue igual", diz o dono do local, Luís Machado. Captar as expectativas e apreensões de pessoas que, a despeito de estarem afastadas do centro da tragédia, sofrem seu impacto, é um dos objetivos da expedição liderada pelo geógrafo Miguel Felippe, da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Em setembro de 2016, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, promotor do Ministério Público de Minas Gerais, deu entrevista à equipe do documentário "Amigo do Rei". Àquela altura, ele integrava a força-tarefa responsável pela investigação do rompimento da barragem de Fundão, na cidade mineira de Mariana.
O rompimento da barragem de Brumadinho deve ser investigado como "um crime", afirmou à BBC News Brasil o relator especial das Nações Unidas para Direitos Humanos e Substâncias Tóxicas, Baskut Tuncak.
?Poucos dias após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), será encenado na Oficina Cultural Oswald de Andrade, a pela "Hotel Mariana", sobre a tragédia semelhante que aconteceu em Mariana (MG), em 2015.
O rompimento de três barragens da mineradora Vale em Brumadinho (MG), na Grande Belo Horizonte, nesta sexta-feira (25) repercutiu entre os principais jornais do mundo.