Gestão Nunes irá desapropriar áreas verdes privadas para a criação de nove parques em SP

Projeto abrange 18 pontos ocupados em locais de preservação nos extremos da capital

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que vai publicar, nas próximas semanas, decretos para desapropriar 18 áreas que serão transformadas em parques. No total, serão desocupados 15.259,5 hectares ao custo de R$ 394 milhões.

Segundo o prefeito, o perímetro total corresponde a cerca de 10% de todo o território da cidade e será dividido em nove parques e nove núcleos nos extremos das zonas sul e leste.

A maioria desses terrenos é alvo de processo administrativo de desapropriação para virar área de proteção ambiental ao menos desde 2009, durante a gestão do então prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Prefeitura de SP anunciou desapropriaçõe para a criação de parques - Rubens Cavallari/Folhapress

"São áreas que a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente identificou como de valor ambiental. São áreas de mata, nascentes", disse Nunes nesta quinta-feira (18). "São áreas que saem do privado e passam a ser de domínio público para ficar como áreas de preservação ad aeternum", continuou o prefeito.

Entre elas está um trecho de 3,4 km² localizado no bairro de Tremembé, na zona norte da capital, onde há projeto para a criação do Parque Natural Municipal Borda da Cantareira.

A área fica próxima ao trecho norte do Rodoanel, e a desapropriação é justificada como uma maneira de reduzir os impactos ambientais da obra naquela região.

Há também autorização para a desapropriação de uma área de 219 hectares na avenida Sapopemba, na zona leste, para a criação do Parque Municipal Morro do Cruzeiro. No local fica o terceiro pico mais alto da cidade, a cerca de 1.000 metros acima do nível do mar, que propicia uma vista panorâmica de São Paulo.

Além das áreas a serem declaradas de utilidade pública, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirmou que ao menos 332 hectares já passaram por esse trâmite legal e estão em procedimentos de desapropriação para conservação ambiental.

A revisão da Lei de Zoneamento, aprovada pela Câmara Municipal no final de dezembro, incluiu trecho que aumenta a área dentro de zonas de proteção ambiental em que se pode construir. Nunes sinalizou que pretende vetar o artigo ao sancionar a lei nesta sexta-feira (19).

Áreas que serão transformadas em parques e valor da desapropriação

  • Núcleos Engordador e Santa Maria do Parque Natural Municipal Borda da Cantareira
    R$ 21 milhões
    482 hectares
  • Parque Natural Municipal Borda da Serra do Mar
    R$ 60 milhões
    6.383 hectares
  • Parque Natural Municipal Cratera de Colônia
    R$ 40 milhões
    4.432 hectares
  • Parque Linear Guavirituba
    R$ 18 milhões
    11,5 hectares
  • Núcleos Araguava, Billings, Fazenda Castanheiras, Itaim Viterbo, Paiol-Jusa, Paulo Guilguer e Ribeirão Bororé do Parque Natural Municipal Mananciais Paulistanos
    R$ 127 milhões
    2.750 hectares

  • Parque Municipal Morro Grande
    R$ 56 milhões
    54,4 hectares

  • Parque Linear Nascentes do Córrego Ponte Rasa
    R$ 14 milhões
    4 hectares

  • Parque Natural Municipal Orla do Guarapiranga
    R$ 25 milhões
    560 hectares

  • Parque Municipal Morro do Cruzeiro
    R$ 65 milhões
    219 hectares

  • Parque Linear Ribeirão Caulim
    R$ 6,7 milhões
    147,6 hectares

  • Parque Embu Mirim
    R$ 10 milhões
    216 hectares

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