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Foliões devem ter cuidado com raios nos blocos de Carnaval

Com previsão de pancadas de chuva típicas de verão, participantes de festas ao ar livre ficam mais expostos a descargas elétricas

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São Paulo

A capital paulista terá no Carnaval de rua deste ano mais de 400 blocos, em cortejos com milhares de foliões por todas as regiões da cidade. Apesar da alegria, descontração e música que animam a festa, os participantes também precisam se atentar aos perigos de ficarem expostos a tempestades, principalmente pelos riscos trazidos por raios.

A previsão do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas), da Prefeitura de São Paulo, é que todo o feriado seja de sol, com muito calor e umidade, cenário propício para as conhecidas chuvas de fim de tarde, sempre com a possibilidade de queda de raios.

De acordo com o Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de 2013 até 2022, 835 pessoas perderam a vida no Brasil devido às descargas elétricas.

Raio em prédio da capital paulista durante uma tempestade típica de verão; descargas atmosféricas levam perigo aos foliões durante o Carnaval de rua
Raio atinge prédio da capital paulista durante uma tempestade típica de verão; descargas atmosféricas levam perigo aos foliões durante o Carnaval de rua - Edilson Dantas - 29.dez.14/Folhapress

Segundo outro levantamento do mesmo grupo, em 20 anos (2000 a 2019), 43% das mortes por raios no país ocorreram no verão. E o estado com o maior número de fatalidades é São Paulo, com 327 nesse período.

As estatísticas mostram que a cada 50 mortes por raios no mundo, 1 é no Brasil, o
país campeão mundial em incidência de raios, atingido por 78 milhões de descargas atmosféricas por ano.

O Elat destaca que os raios podem acontecer pouco antes de a chuva começar ou no estágio final da tempestade. Portanto, o ideal é buscar abrigo tão logo veja nuvens carregadas no céu ou escute um trovão, que sinalizam o início do temporal.

"As tempestades no verão são um fenômeno recorrente, caracterizadas por ventos intensos e precipitação abundante. Essas condições climáticas, frequentemente acompanhadas por trovoadas e raios, apresentam riscos significativos à segurança pública. A conscientização e a adoção de medidas preventivas são fundamentais para minimizar potenciais danos e garantir a segurança de todos", diz o capitão André Elias dos Santos, porta-voz do Corpo de Bombeiros.

Outra preocupação dos especialistas é que pesquisas já indicam uma alta na incidência de raios em áreas urbanas, em razão do aumento de temperatura (fenômeno conhecido como ilha de calor) e de poluição.

A presença de para-raios no topo dos edifícios ajuda a evitar uma queda de raio diretamente sobre os foliões, mas ainda há perigo nos efeitos indiretos das descargas atmosféricas, como quedas de fios de energia elétrica, incêndio e energização de postes metálicos.

Em 2018, o estudante Lucas Antônio Lacerda da Silva, de 22 anos, morreu após ser eletrocutado ao encostar em um poste no desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta. Aquele caso não foi motivado por raio, mas, sim, por energização de uma instalação de câmeras de segurança. No entanto, isso também pode ocorrer em caso de descarga atmosférica durante uma chuva.

"Locais abertos, como praças, campos, avenidas e ruas sem qualquer tipo de proteção são extremamente perigosos durante fortes chuvas com raios e trovões", alerta Juliano Gonçalves, especialista e diretor da divisão de cabos da empresa Megger Brasil.


Como se proteger dos raios

1. Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante as tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário. Nestes casos, procure abrigo nos seguintes lugares:

  • Carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis;
  • Em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios;
  • Em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis, em grandes construções com estruturas metálicas, ou em barcos ou navios metálicos fechados.

2. Se estiver dentro de casa, evite:

  • Usar telefone com fio ou celular ligado a rede elétrica (utilize telefones sem fio);
  • Ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas;
  • Tocar em qualquer equipamento elétrico ligado à rede elétrica.

3. Se estiver na rua, evite:

  • Segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés;
  • Empinar pipas e aeromodelos com fio;
  • Andar a cavalo.

4. Se possível, evite os seguintes lugares que possam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra raios:

  • Pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos;
  • Veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas;
  • Estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.

5. Se possível, evite também certos locais que são extremamente perigosos durante uma tempestade, tais como:

  • Topos de morros ou cordilheiras;
  • Topos de prédios;
  • Áreas abertas, campos de futebol ou golfe;
  • Estacionamentos abertos e quadras de tênis;
  • Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
  • Proximidade de árvores isoladas;
  • Estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.

6. Se você estiver em um local sem um abrigo próximo e sentir que seus pelos estão arrepiados, ou que sua pele começou a coçar, fique atento, já que isto pode indicar a proximidade de um raio que está prestes a cair. Neste caso, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não fique deitado.

Fonte: Cartilha 'Proteção Contra Raios no Brasil', de 2020, do Elat/Inpe

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