Manifestantes fecham avenida Paulista em defesa ao direto das mulheres

Sob chuva, ato do 8 de Março uniu pautas feministas a pedido de fim da guerra entre Israel e Hamas

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São Paulo

"Legalização do aborto, já" era uma das palavras de ordem da Marcha Internacional das Mulheres, realizada nesta sexta-feira (8), em razão do Dia da Mulher.

O ato na avenida Paulista, em São Paulo, faz parte de uma mobilização nacional que também levou mulheres às ruas de cidades das cinco regiões do Brasil.

A concentração teve início às 17h em frente ao Masp e seguiu até a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, com dispersão por volta das 19h40. O tema deste ano foi "feministas em defesa da vida, contra as privatizações e as guerras".

Movimentos sociais e estudantes se reúnem na avenida Paulista em ato pelo Dia da Mulher - Bruno Santos/Folhapress

Sob muita chuva, cartazes foram levantados com frases como "mulheres contra o fascismo", outras que pediam o fim do feminicídio e a Palestina livre. A guerra entre Israel e o Hamas, com mais de 25 mil mortes, ocupou faixas e as falas de representantes de organizações políticas.

Um dos cartazes mostrava Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, Javier Milei, presidente da Argentina, e Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil, em uma lata de lixo.

"É a lata de lixo da história, lugar em que esses extremistas merecem ficar", disse Rebeca Meyer, 25, militante do coletivo Juntas. Ela afirmou que manifesta contra a ascensão da extrema direita no Brasil e na América Latina.

Manifestantes também levantaram palavras de ordem contra a anistia aos presos pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023 e para que Bolsonaro seja preso por crimes pelos quais é investigado.

"A luta pela democracia é muito importante para nós. Chega de golpes, nós queremos que aqueles que atentaram contra a democracia no 8 de janeiro respondam pelos seus crimes", disse Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).

"Nossas pautas seguem sendo o fim da violência, fim da diferença econômica, cultural, política entre homens e mulheres e pela legalização do aborto", afirmou Maria Fernanda Marcelino, militante da Marcha Mundial das Mulheres.

Foram proferidas ainda falas contra o racismo, ataques a direitos sexuais e reprodutivos e disparidade salarial entre homens e mulheres.

"O movimento vem para fortalecer o direito das mulheres que vimos regredir ao longo dos anos", disse Mahã Catu, orientadora sócio-educativa e parte da União Popular de Mulheres.

.O grupo também protestou contra os planos de privatização do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo. Criticou ainda a ação da administração do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que suspendeu o serviço de aborto legal do Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte.

A funcionária pública Edna de Melo, 61, foi uma das manifestantes que reivindicou contra o governo estadual. "O descaso com a educação é um absurdo", disse. "Vim para mostrar que a gente tem poder."

Durante a manifestação, houve confusão com militantes do Partido da Causa Operária (PCO), que queriam utilizar o microfone do carro de som e foram barrados pelos organizadores da marcha, que afirmaram que isso não estava na pauta.

A marcha é resultado da mobilização de organizações feministas, como a Marcha Mundial das Mulheres, partidos políticos e movimentos sociais.

Na marcha do ano passado, as mulheres falavam sobre o aborto, democracia e contra a violência.

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