Relembre sequestros de ônibus marcantes na história do Rio de Janeiro

Casos terminaram na morte de criminosos e de uma refém

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São Paulo

Um homem invadiu um ônibus na rodoviária do Rio de Janeiro, no centro da cidade, e fez 16 pessoas como reféns na tarde desta terça-feira (12). O episódio soma-se a outros dois sequestros de coletivos marcantes na história carioca. Relembre dois casos.

Sequestro do ônibus 174

No dia 12 de junho de 2000, Sandro Barbosa do Nascimento, um sobrevivente do massacre da Candelária, manteve reféns em um ônibus da linha 174.

Tudo começou por volta das 14h20 daquela data, Dia dos Namorados, quando Sandro embarcou no bairro do Jardim Botânico, na zona sul, portando um revólver calibre 38. Ele rendeu o motorista, pulou a roleta e sentou próximo a uma janela.

Cerca de 20 minutos após o sequestro, uma viatura passou ao lado do veículo e, com gestos, uma passageira conseguiu informar a situação. Dois policiais cercaram o ônibus. Nesse momento, algumas pessoas conseguiram escapas, mas dez permaneceram nas mãos do criminoso.

Cena do documentário "Ônibus 174", de José Padilha, que trata do sequestro de um ônibus no Rio de Janeiro que acabou na morte da refém Geísa Golçalves e do sequestrador Sandro Rosa do Nascimento - Divulgação

As negociações para libertação dos reféns duraram quase cinco horas. No período, alguns disparos foram feitos por Sandro a fim de assustar as pessoas no redor. Ele também fez uma das passageiras escrever algumas frases com batom na janela do coletivo: "ele vai matar geral às seis horas" e "ele tem pacto com o diabo".

Já à noite, o sequestrador decidiu sair do ônibus, usando a professora Geísa Firmo Gonçalves como escudo. Ao descer, um policial tentou alvejar o homem com uma submetralhadora e acabou acertando a refém de raspão no queixo. Assustado, Sandro deu três tiros nas costas de Geísa, a matando. Depois, ele foi morto asfixiado numa viatura.

O caso foi televisionado para todo o país.

Sequestro na ponte Rio-Niterói

Em 20 de agosto de 2019, o sequestro de um ônibus com 38 passageiros e o motorista a bordo sobre uma das pontes mais conhecidas do Brasil, a Rio-Niterói, culminou na morte do suspeito, Willian Augusto da Silva, por um franco-atirador da Polícia Militar fluminense. Nenhum refém ficou ferido.

A ação criminosa e a operação policial, que tiveram seus lances finais televisionados, duraram quase quatro horas, atraíram atenção internacional e tiveram o desfecho festejado pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e pelo ex-governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), defensores da polícia linha-dura.

Willian, um homem de 20 anos sem antecedentes criminais descrito por familiares como depressivo, embarcou no ônibus da linha 2520, que liga o bairro de Jardim Alcântara, em São Gonçalo (região metropolitana do Rio), ao Estácio, no centro da capital fluminense, por volta de 5h10.

Cerca de 15 minutos depois, quando o ônibus se aproximava da ponte, ele ergueu uma pistola —que a polícia mais tarde descobriria ser um simulacro— pediu calma e afirmou que não queria machucar ninguém, conforme relataram passageiros.

Dirigiu-se ao motorista da viação Galo Branco e, ameaçando-o com a pistola falsa, um taser (arma não letal de eletrochoque) e uma faca, ordenou que parasse o veículo na diagonal sobre a ponte.

A Polícia Rodoviária do Rio de Janeiro foi acionada por volta das 5h40 pelos próprios passageiros a pedido do sequestrador e iniciou as negociações.

Horas depois, Willian deixou o veículo, sendo baleado. Levado por uma ambulância ao hospital Souza Aguiar, ele teve parada cardiorrespiratória durante o atendimento e morreu. O corpo do sequestrador sofreu seis perfurações: duas no tórax e as outras no antebraço direito, perna esquerda e braço esquerdo.

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