Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Garças são vistas comendo peixes nas ruas de bairro alagado em Porto Alegre

Com seu habitat natural alterado pela enchente, animais se deslocaram para vias do bairro Praia de Belas

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Porto Alegre

O impacto da enchente do lago Guaíba na região central de Porto Alegre criou mais uma cena inusitada no bairro Praia de Belas.

Garças foram avistadas nas ruas alagadas do bairro, fazendo voos curtos quando carros se aproximam e comendo os peixes que encontram nadando sobre o asfalto e as calçadas submersas.

Na foto, oito garças aparecem em primeiro plano, em uma rua alagada. A primeira, mais à frente, está com um peixe na boca
Garças foram flagradas comendo peixes nos trechos alagados da avenida Praia de Belas, na região central de Porto Alegre - Jennifer Domeneghini

As aves foram vistas nas avenidas Borges de Medeiros e Praia de Belas, e em vias como Doutora Rita Lobato e General Sérgio de Oliveira, e a praça Isabel, a Católica.

As garças são animais característicos do bairro Praia de Belas. Elas são encontradas próximas ao curso d’água ou à vegetação do arroio Dilúvio, que tem sua foz a poucas quadras de onde os animais estão circulando e pescando.

A inundação no bairro diminuiu nos últimos dias com o retorno da operação da EBAP (Estação de Bombeamento de Água Pluvial) 16, mas muitas ruas continuam com bastante água.

O Dilúvio, que recebe essa água pelos bueiros, está sobrecarregado. Isso impede o escoamento devido e faz com que os peixes ainda estejam pelo bairro, tanto vivos dentro do alagamento, quanto mortos nas áreas onde houve recuo.

Em nota, a Smamus (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade) explica que o arroio Dilúvio é "um corredor de biodiversidade de aves, que usam a vegetação como descanso durante os deslocamentos. Não é um ambiente em equilíbrio, mas tem fartura de alimentos".

Na foto, uma garça aparece à frente em uma rua alagada, e um grupo numeroso de garças mais atrás.
Garças são parte da fauna urbana da capital gaúcha - Jennifer Domeneghini

O arroio nasce no Parque Saint Hilaire, na cidade vizinha de Viamão, percorre 17,6 km e desemboca no Guaíba.

Além das garças, também vivem nos arredores do arroio espécies de aves como martim-pescador, socó, quero-quero e bem-te-vi. "Com a cheia, eles se deslocaram para avenidas como a Praia de Belas, mas assim que a água baixar e o alimento rarear, eles retornarão ao seu local de origem", diz a Smamus.

A secretaria explica que as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul conectaram rios, córregos e lagoas na região metropolitana, levando à circulação de animais em áreas pouco comuns.

Outros animais silvestres foram vistos nas proximidades do Dilúvio e do Guaíba desde o início das enchentes. No bairro Menino Deus, moradores filmaram um jacaré nadando pelas ruas inundadas. Também houve registros de uma capivara, lontras e cágados pela região.

A equipe de fauna silvestre da Smamus monitora a circulação das garças em ambientes urbanos, e orienta que a população não interfira no deslocamento dos animais.

Caso a população veja um caso de risco à vida dos animais, se pede que a equipe seja acionada pelo número 156, pelo aplicativo e site da prefeitura e pelo telefone (51) 3289-7517, em horário comercial nos dias úteis.

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