Descrição de chapéu Obituário Iacy Fusco Sumariva (1933 - 2024)

Mortes: Palmeirense e kardecista, acolheu os mais pobres

Iacy Fusco Sumariva fundou albergue, serviu moradores em situação de rua e atuou no combate ao suicídio

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São Paulo

Até os últimos dias de vida, Iacy Fusco Sumariva se dedicou aos trabalhos comunitários em grupos espíritas em São José do Rio Preto, no interior paulista. Às segundas-feiras, ela ajudava na confecção de roupas e enxoval e, às quartas, colocava a mão na massa para auxiliar no preparo de pães e esfihas.

As roupas eram dadas aos necessitados e aos moradores em situação de rua, enquanto o alimento era negociado para a comunidade religiosa custear as ações assistenciais.

Iacy consagrou boa parte dos seus 90 anos no acolhimento ao próximo e à mediunidade. Como dirigente de centros kardecistas por décadas, ela atuou na linha de frente de programas como o de prevenção ao suicídio e na distribuição de marmitas aos moradores em situação de rua.

Iacy Fusco Sumariva (1933 - 2024)
Iacy Fusco Sumariva (1933 - 2024) - Arquivo pessoal

Também foi uma das fundadoras de um albergue.

"A minha mãe sempre teve muita fé em Jesus e nas pessoas. Ela ajudou o próximo e nos deixou a lição de não falar não", diz Laerte Sumariva, filho de Iacy.

Amiga de Iacy e companheira de grupo espírita, Sara El Assal, 58, a tem como mãe. "A dona Iacy é especial. Se notasse uma grávida, logo percebia se ela tinha enxoval e já providenciava", conta Sara, emocionada.

Certa vez, as duas amigas cruzaram com uma gestante na padaria, e Iacy logo combinou o endereço para entregar o enxoval na mesma semana. "Eu aprendia todos os dias com ela, foi uma mãe para mim", afirma Sara.

Companheira de quase todas as horas, Iacy só não estava à disposição durante os jogos do Palmeiras. Quando alguém telefonava durante uma transmissão da partida, ela se apressava em querer saber se havia urgência na conversa ou se poderia esperar o apito final do árbitro.

"Minha mãe torcia para o Palmeiras igual a uma jovem de 20 anos", conta Laerte.

Iacy sempre privilegiou bons momentos com as amigas e gostava de pregar algumas peças. "Uma vez estava experimentando roupas no shopping, e ela aguardava do lado de fora para dar a sua opinião. Na terceira vez [que saiu do provador], ela tinha chamado um rapaz e disse que precisávamos de uma opinião masculina. Fiquei tão constrangida, e ela se divertindo", recorda Sara.

Além de Laerte, Iacy também deixou a filha Leila e os netos Cristina, Sabrina e Soraya. Ela morreu no dia 14 de janeiro em decorrência de pneumonia, em São Paulo, e foi sepultada em Bady Bassitt, cidade localizada 462 km distante da capital paulista.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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