Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Nível do lago Guaíba, no RS, volta aos 4 metros pela primeira vez desde o dia 3

Período de estiagem e abertura de comportas ajudam o escoamento das águas das áreas inundadas da Grande Porto Alegre

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São Paulo

Pela primeira vez desde a madrugada do dia 3 de maio, o nível do lago Guaíba voltou à marca de 4 metros no Cais Mauá, em Porto Alegre (RS). A conta da prefeitura da cidade no X (antigo Twitter) informou que a altura foi atingida às 17h10 desta terça-feira (21), mas a ANA (Agência Nacional de Águas) corrigiu o horário para 19h15. Mesmo assim, ainda está 1 metro acima da cota de inundação, que é de 3 metros.

A marca ficou em 4 metros por 45 minutos, subindo um centímetro novamente às 20h, mas a tendência de queda continua. Essa variação tem sido normal nos últimos dias.

A última vez que o Sistema Hidro, da ANA, registrou marca tão baixa foi às 23h15 do dia 2, com 3,69 m. A partir desse horário até 15h do dia seguinte, porém, as marcas não foram registradas pelo sistema, justamente no momento em que as águas subiram mais rapidamente no lago. Naquela tarde, o nível já estava 4,58 metros quando a marca voltou a ser registrada.

Imagem da régua de medicação do nível do lago Guaíba no Cais Mauá, em Porto Alegre, que marcou 4 metros na noite desta terça-feira (21)
A régua de medicação do nível do lago Guaíba no Cais Mauá, em Porto Alegre, marcou 4 metros na noite desta terça-feira (21) - @Prefeitura_POA no X

A partir dali, as águas só subiram até atingir o recorde histórico de 5,33 metros às 20h do dia 6, deixando longe a marca anterior, de 4,76 metros, registrada na maior cheia já vista até então em Porto Alegre, em 1941.

Após 1941, em apenas mais três ocasiões o nível do Guaíba superou a cota de inundação: em setembro de 1967 (3,11 metros), setembro de 2023 (3,18 metros) e novembro de 2023 (3,46 metros).

No dia 12, o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) chegou a divulgar uma projeção mostrando que, com as novas tempestades na região, o nível poderia bater novo recorde, chegando a 5,5 metros. Mas isso não ocorreu. As águas voltaram a subir, sim, mas chegaram até 5,25 metros às 20h15 do dia 14, voltando a baixar na sequência.

Desde então, o Guaíba tem baixado de forma lenta, mas constante. O que ajudou nesse processo de escoamento das águas das ruas foi a abertura de uma comporta na última sexta-feira (17) e mais duas no domingo (19), o que ajudou a secar o centro da capital gaúcha, evidenciando os estragos nas edificações e os montes de entulho deixados pela inundação.

Além disso, 17 superbombas emprestadas pela Sabesp foram usadas para fazer as águas voltarem para o lago em Porto Alegre e Canoas. Usadas no Sistema Cantareira durante a estiagem que atingiu a Grande São Paulo há uma década, cada uma dessas bombas pesa cerca de 10 toneladas e tem capacidade de transferir mais de 1.000 l/s de água de um local para outro. O equipamento é capaz de encher uma piscina olímpica em 30 minutos, informa a Sabesp.

Apesar de a baixa do lago ser um alívio para os moradores da região metropolitana de Porto Alegre, o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) divulgou um boletim na segunda-feira (20) alertando que novas chuvas esperadas nas bacias dos rios acima do lago Guaíba, aliadas à saturação do solo, ainda encharcado, podem agravar a situação da região, fazendo o nível do Guaíba voltar a subir.

Na quinta-feira (16), a Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou um alerta para a continuidade da elevação dos níveis da lagoa dos Patos e destacou que o Guaíba deve permanecer acima dos 4 m até o início da próxima semana e acima da cota de inundação ao menos até o final do mês, devido justamente ao novo período de chuvas no estado.

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