Descrição de chapéu Centro

Alvo de saques, Santa Ifigênia inicia revitalização e quer reforçar marca 'Rua dos Eletrônicos'

Após protestos de comerciantes afetados pela presença de usuários de drogas, prefeitura escolheu o local para lançar projeto de ruas temáticas

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São Paulo

Alvo de ao menos seis ataques a lojas em menos de um ano, a região da rua Santa Ifigênia iniciou nesta quarta-feira (12) obras de revitalização para reforçar a marca "Rua dos Eletrônicos" em estratégias de divulgação para atrair movimento de volta à rua comercial.

Candidato à reeleição, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) caminhou pela região central de São Paulo nesta quarta, e visitou lojas acompanhados de lideranças do movimento que foi às ruas no fim do ano passado para protestar contra a permanência da cracolândia na rua dos Gusmões, a dois quarteirões da rua Santa Ifigênia.

Vista aérea do viaduto Santa Ifigênia
Vista aérea do viaduto Santa Ifigênia, que passa por obra de restauro e recuperação, a maior intervenção desde sua inauguração, em 1913 - Edson Lopes Jr./SECOM

A aglomeração de usuários de drogas ficou por cerca de quatro meses no local até ser transferida para cerca de cinco quarteirões de distância, próximo à rua Mauá.

A ocupação da Santa Ifigênia é uma das consequências da dispersão da cracolândia pelas ruas do centro, após operação policial que desmantelou a feira de drogas na praça Princesa Isabel, em maio de 2022. Um ano depois, ao menos oito ruas foram afetadas pela permanência dos dependentes químicos, onde foi registrado aumento de furtos e roubos.

Desde então, houve reforço do policiamento e, segundo a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), os registros de roubos caíram 80% na região central em março em comparação com os 12 meses anteriores. Em relação aos furtos, a retração foi de 69%, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública.

Reportagem da Folha mostrou, em março do ano passado, que ao menos 23 comerciantes fecharam as portas na região em função da presença dos usuários de drogas. Segundo eles, a mudança deixou o entorno mais perigoso, o que afugentou os clientes. O mesmo processo foi enfrentado pelos comerciantes da Santa Ifigênia —que tradicionalmente reúne lojas de eletrônicos.

"Uma coisa que me deixou muito feliz foi eu chegar aqui e todos os comerciantes estarem alegres e felizes, recebendo a gente com muito carinho, agradecendo que a gente conseguiu fazer a transformação do centro. Eu acho que aquela experiência do passado, a gente tem que virar essa página, sem deixar de ter aquilo como uma lição", disse o prefeito.

Entre as melhorias anunciadas, estão alargamento das calçadas e das esquinas, elevação de cruzamentos, criação de espaços de permanência como mobiliário urbano e novo paisagismo. O primeiro trecho reformado será entre as avenidas Cásper Líbero e Ipiranga e, depois, os quarteirões entre as avenidas Ipiranga e Duque de Caxias. As obras têm previsão de serem entregues em até um ano e irão custar R$ 7 milhões.

"Tem um destaque importante, [o fato] desses comerciantes não terem desistido, da prefeitura não ter desistido, dos comerciantes terem persistido e a gente hoje está podendo viver um novo momento", disse o prefeito.

O empresário Fabio Zorzo, presidente da associação de comerciantes da Santa Ifigênia, afirmou que a manifestação organizada no ano passado foi um grito de basta propulsor das melhorias anunciadas pela gestão municipal nesta quarta. "O prefeito e o governo ouviram. A gente agora, além de transformar o comércio, queremos fazer um novo polo tecnológico em São Paulo", diz Zorzo.

Outras partes da cidade têm previsão de passar pelo mesmo processo de revitalização da Santa Ifigênia e se tornarem ruas temáticas: a General Osório (Rua das Motos), São Caetano (Rua das Noivas), Paula Souza (Rua das Cozinhas) e Florêncio de Abreu (Rua das Ferramentas).

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