Descrição de chapéu transporte público

Motoristas de ônibus anunciam greve a partir de quarta-feira (3) em SP

Paralisação foi decidida durante assembleia realizada nesta sexta-feira (28)

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São Paulo

Motoristas de ônibus de São Paulo decidiram paralisar as atividades a partir de quarta-feira (3) na capital paulista. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (28), durante assembleia realizada na sede do Sindimotoristas, o sindicato da categoria.

Os empregados pedem reajuste de 3,69% pelo IPCA (inflação oficial), mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46%, índice calculado com base em dados do Dieese.

Na assembleia desta sexta foi informado aos trabalhadores que houve uma proposta de reajuste pelo INPC (índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 3,23%, que não acabou aceito.

Ônibus parados no terminal Parque Dom Pedro, no centro de São Paulo; greve prevista para a próxima segunda-feira (1º) na capital paulista - Danilo Verpa/Danilo Verpa - 24.mar.21/Folhapress

Em nota, o SPUrbanus (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) disse estar está incrédulo com a decisão de greve, uma vez que está marcada, para a próxima terça uma audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

De acordo com o TRT, a audiência está marcada para às 11h da próxima terça. Segundo despacho do desembargador Davi Furtado Meirelles, relator do caso, o sindicato dos trabalhadores alegou ausência no avanço das negociações.

A SPTrans, estatal que gerencia o transporte municipal, e a prefeitura pleitearam perante a Justiça do Trabalho tutela liminar cautelar para que seja mantida a operação da frota de ônibus no percentual de 100% no horário de pico e 80% nos demais horários e aguarda resposta da Justiça.

Em uma série de discursos de sindicalistas, a defesa pela paralisação foi unânime. Alguns dirigentes sindicais, entretanto, chegaram a dizer que seria prudente marcar a greve para "mais para frente", sem especificar data —chegou-se a cogitar o início já para esta segunda (1º).

No fim, o presidente do sindicato, Edivaldo Santiago, propôs aguardar as 72 horas obrigatórias por legislação, prazo que, segundo ele, terminaria na tarde da próxima terça (2), para dar início à greve.

Assim, a categoria aprovou a paralisação na virada de terça para quarta, ou seja, com início à meia-noite do dia 3.

Segundo Santiago, ainda poderá haver negociações na segunda (1º) e na terça (2). "Patronal [sindicato das empresas de ônibus], prefeitura, SPTrans e patrões só respeitam com carro parado", afirmou.

"O Sindicato dos Motoristas parece que pretende afrontar o TRT e o que o poderá ser decido na audiência. É um desrespeito à Justiça ou uma forma descabida de pressionar o tribunal", afirmou o SPUrbanuss.

Segundo o Sindimotoristas a base do sindicato tem cerca de 60 mil trabalhadores.

De acordo com dados da SPTrans, estatal que gerencia o transporte público municipal, o sistema tem cerca de 7 milhões passageiros. A frota de ônibus têm cerca de 13,3 mil veículos no município de São Paulo.

No último dia 6, os motoristas haviam rejeitado paralisação, quando uma mesa técnica instalada no TCM (Tribunal de Contas do Município) continuaria as negociações entre empresas e funcionários.

A suspensão anterior foi intermediado pela Justiça do Trabalho e pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União Brasil).

O SindMotoristas informou na época que "no período das negociações permaneceria em estado de greve para realização de ações de mobilização junto à categoria,

A indicação de que a categoria poderia cruzar os braços ocorreu no último dia 3, diante de um impasse nas negociações de reajustes dos salários e benefícios trabalhistas. Representantes dos trabalhadores e das dez empresas que operam o serviço na capital discutem essas questões desde o ano passado.

Existem outros pontos na pauta dos trabalhadores, com destaque para reclamações quanto ao aumento da jornada, que passou de seis horas meia para oito horas efetivamente trabalhadas por dia, de acordo com o sindicato.

Em nota, a prefeitura diz que apenas acompanha a negociação entre as partes e espera que os representantes da categoria e dos empresários encontrem um ponto em comum na campanha salarial sem prejuízo aos passageiros.

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