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Polícia Civil de SP vai pedir ajuda do Paraná para investigar curso de peeling de fenol pela internet

OUTRO LADO: Defesa da farmacêutica Daniele Stuart afirma ser injusto, irresponsável e precipitado tentar envolvê-la no caso

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São Paulo

A Polícia Civil de São Paulo vai encaminhar trechos do inquérito da morte do empresário Henrique da Silva Chagas, 27 para investigadores da Polícia Civil do Paraná.

A ideia é que isso ajude a apurar a conduta da farmacêutica responsável por ministrar o curso online de peeling de fenol para a influenciadora e esteticista Natalia Fabiana de Freitas Antonio, 29, conhecida como Natalia Becker.

Um homem com barba e cabelo curto, vestindo uma camisa estampada e shorts, está sentado descontraidamente em um banco de madeira. Ele parece estar em um ambiente com decoração vintage, incluindo um globo terrestre ao seu lado
O empresário Henrique da Silva Chagas, 27, que morreu na segunda-feira (3) após passar por um procedimento no rosto chamado peeling de fenol, no Studio Natalia Becker, no Campo Belo, zona sul de São Paulo - Reprodução/Instagram

A influenciadora foi a responsável pelo procedimento em Chagas em seu estúdio no Campo Belo, zona sul de São Paulo, no dia 3 de junho.

Natalia é investigada por homicídio com dolo eventual, ou seja, para polícia ela assumiu o risco pela morte de Chagas ao não possuir formação técnica para a realização de procedimento utilizando o fenol. Não há pedido de prisão contra ela.

Em seu depoimento na quarta-feira (5), a influenciadora afirmou ter comprado o curso online ministrado pela farmacêutica Daniele Stuart, proprietária da clínica Neo Stuart, com sede em Curitiba.

Por morar em outro estado, a farmacêutica poderia ser ouvida através de carta precatória ou por uma investigação aberta pela polícia paranaense.

Natalia relatou aos policiais ter feito o curso para realizar o peeling de fenol através de uma apostila online chamada N. Face, produzida por Stuart. O curso foi adquirido em junho passado, segundo a influenciadora.

"Enviaremos as peças do nosso inquérito policial para Polícia Civil paranaense investigar a conduta da farmacêutica no que se refere aos cursos que ela ministra pela plataforma online", disse para a Folha o delegado Eduardo Luiz Ferreira, titular do 27° (Campo Belo), responsável pela investigação de morte de Chagas.

O advogado Jeffrey Chiquini, que representa Stuart, afirmou ser injusto, irresponsável e precipitado relacionar sua cliente ao caso.

"Doutora Daniele é uma profissional respeitada, especialista na área, gabaritada, que forneceu um curso de acesso livre conceitual que já foi acessado por mais de 3.000 alunos sem haver qualquer reclamação. Acontece que a doutora Daniele não tem controle de quem acessa esse curso online, mas afirmamos que em momento algum a doutora Daniele teve contato com essa pessoa que é acusada de autoria de homicídio".

O advogado disse que a farmacêutica não ensinou Natalia a realizar procedimentos invasivos. "Não a instruiu a agir como fez. Inclusive, os procedimentos que aquela senhora adotou não condizem com aquilo que a doutora Daniele ensina".

A reportagem teve acesso à apostila de apresentação de Stuart. Nela a mulher diz ser farmacêutica e biomédica, afirma ter desenvolvido um método de peeling de fenol. "Minha missão é levar conhecimento avançado nas aulas promovendo raciocínio clínico e capacitação profissional", diz no encarte.

Durante o interrogatório, Natalia disse para os policiais civis que o fenol utilizado em seus procedimentos é atenuado, chamado de "fenol tamponado", conforme indicado no curso de Stuart.

Ainda segundo a influenciadora, a farmacêutica também indicava fornecedores de fenol para os alunos.

Ainda durante o depoimento, que durou cerca de duas horas, Natalia Becker afirmou para os policiais que a sua clínica não tinha ambiente hospitalar, pois não prática tratamento invasivo. Ela também relatou que não tinha equipamentos de primeiros socorros, apenas medidor de pressão e o oxímetro, que estava sem pilha no momento dos fatos.

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