Descrição de chapéu Planeta em Transe

Incêndio destrói 80% de área usada para pesquisas com cana em Ribeirão Preto

Local usado pelo Centro de Cana foi atingido pelo fogo

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Imagem aérea mostrando uma vasta área de terras agrícolas com diferentes tonalidades de solo, incluindo áreas cultivadas e não cultivadas. Ao fundo, pode-se ver uma cidade e uma estrada que atravessa a paisagem. As linhas de cultivo são visíveis, com seções de solo vermelho e verde.

Imagem de drone mostra plantação de cana do instituto IAC, destruída pelo fogo - Joel Silva - 26.ago.24 / Folhapress

Ribeirão Preto

Um dos incêndios que atingiram a região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) nos últimos dias afetou pesquisas desenvolvidas no Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico de Campinas).

Referência no setor sucroenergético em estudos sobre variedades de cana-de-açúcar, o órgão viu serem destruídos pelo fogo cerca de 80% da área de 150 hectares de cultivo na cidade (o equivalente a 210 campos de futebol).

Abrigado na fazenda que sedia anualmente a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), a maior do setor na América Latina, o Centro de Cana foi responsável pelo desenvolvimento de variedades mais propícias à geração de energia, mais firmes e resistentes a pragas das lavouras, para citar três exemplos.

O agricultor Nelson Cardoso Junior, o Juninho, 50, no local em que ficava sua casa na zona rural de Pradópolis
O agricultor Nelson Cardoso Junior, o Juninho, 50, no local em que ficava sua casa na zona rural de Pradópolis - Joel Silva/Folhapress

A área atingida no último sábado (24) abrigava plantas em todas as etapas, das mais novas às mais antigas, algumas das quais inseridas em estudos desenvolvidos há mais de dez anos. Em entrevista coletiva, o diretor do órgão, Marcos Landell, afirmou que, além de atrasar as pesquisas, o fogo atrasará também a chegada aos produtores rurais de variedades de cana que seriam lançadas em breve.

O setor sucroenergético foi atingido por mais de 2.100 incêndios entre sexta-feira (23) e sábado, como a Folha mostrou, que resultam em prejuízo aos produtores de R$ 350 milhões, segundo a Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil).

A segunda-feira (26) em Ribeirão Preto, um dos municípios mais atingidos pelos reflexos dos incêndios no estado, foi marcada pela suspensão das aulas na rede municipal —que passaram por limpeza devido à fuligem das queimadas e pela procura de pacientes por atendimentos em unidades de saúde.

Os problemas respiratórios geraram uma corrida às unidades de saúde de Ribeirão nesta segunda-feira. As salas de medicação e inalação e nebulização das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) ficaram lotadas devido à ação da fumaça e fuligem dos incêndios em matas e canaviais.

A Prefeitura de Ribeirão informou que não há mais focos de incêndios ativos na no município. A cidade registrou 21,8 milímetros de chuva entre domingo e segunda, o que contribuiu para o não surgimento de mais queimadas.

Apesar disso, a previsão de seca para os próximos dias preocupa. Das 48 localidades inseridas pelo Governo de São Paulo na lista de alerta máximo para incêndios, 21 são da região de Ribeirão. Além dela própria, estão na lista municípios como Sertãozinho, Bebedouro, ibitinga, Morro Agudo, Batatais e Pradópolis.

Nesta última, o fogo destruiu parte de um assentamento, com um acampamento anexo, entre Guatapará e Pradópolis. Ao menos 200 animais morreram e plantações foram atingidas pelo incêndio.

Oito moradias foram para o chão e ao menos 80 famílias sofreram danos financeiros, fora os efeitos da fumaça intensa, que atingiu toda a área e provocou problemas respiratórios em parte das 360 famílias que habitam o local.

Helicópteros do Exército fizeram sobrevoos em toda a região como forma de monitorar possíveis focos de incêndio.

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