Morreu neste sábado (10) a ativista indígena Tuíre Kayapó, símbolo da luta de resistência contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Ela sofria complicações decorrentes de um câncer no útero.
A informação foi confirmada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Kaiapó do Pará.
Tuíre foi uma das primeiras mulheres indígenas a ter protagonismo. Ela liderou marchas e protestos em Brasília e participou de sessões públicas na Câmara dos Deputados em defesa da demarcação de terras e direitos dos povos originários.
O ativismo de Tuíre ficou marcado em 1989, quando encostou seu facão no rosto do então diretor da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, durante um debate sobre a construção da usina de Belo Monte, à época chamada de Cararaô. A repercussão do protesto levou o Banco Mundial a suspender o financiamento para a usina.
Em 2008, indígenas kayapós voltaram a usar facões contra um engenheiro da Eletrobras em debate sobre a usina. Na ocasião, Paulo Fernando Rezende sofreu um corte profundo no braço.
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