Descrição de chapéu acidente aéreo

'Vi minha filha queimar ao vivo na televisão', diz mãe de residente morta na queda do avião da Voepass

Fátima Albuquerque pediu que companhias aéreas sejam responsabilizadas pelo acidente

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São Paulo

"Vi minha filha queimar ao vivo na televisão", diz Fátima Albuquerque, 66, mãe de Arianne Risso, 34, morta no voo 2283 da Voepass, na última sexta-feira (9).

Ela pede responsabilização da companhia aérea pelo acidente, assim como da Latam, que vendeu a passagem de sua filha. As empresas possuem um codeshare —acordo entre companhias aéreas.

Imagem mostra um selfie de um casal sorridente
Leonardo Risso e a mulher Arianne durante viagem de férias - Arquivo pessoal

"Isso não foi fatalidade. Foi culpa da 'voemorte', foi culpa da ganância humana", afirma. "Aquilo não era um avião, era uma lata velha. Foi uma tragédia anunciada."

Segundo Fátima, as famílias das vítimas estão sendo impedidas de falar sobre o ocorrido pelas autoridades.

"Não vou me calar. Essas pessoas têm nome, têm história, e eu preciso lutar pela da minha filha", disse ela.

O marido de Arianne, Leonardo Risso, 35, também falou sobre a situação. "Minha esposa era a pessoa mais amável do mundo, é muita injustiça".

Arianne era residente em oncologia, trabalha em Cascavel (PR) e ia a um congresso de medicina. Ela planejava formar família ao fim da residência, diz a mãe.

"Perdi tudo, não tenho mais nada. Era filha única. Minha vida agora é um vazio", desabafa Fátima.

O enterro de Arianne será em Fernandópolis (SP), onde sua família vive.

A aeronave caiu na sexta-feira (9), durante viagem de Cascavel (PR) a Guarulhos (Grande São Paulo), na área de uma casa no condomínio Recanto Florido, no bairro Capela. Imagens feitas por moradores mostram o avião em queda livre e, na sequência, uma explosão seguida por muita fumaça.

O acidente matou os 58 passageiros e os quatro tripulantes que estavam a bordo. Inicialmente, foi divulgado que 61 pessoas estavam no avião. Mas, neste sábado (10), a Voepass afirmou que o nome de um passageiro, Constantino Thé Maia, não constava da lista de embarcados.

Em nota, a Latam afirmou lamentar as mortes e expressou seu pesar a familiares e amigos das vítimas. A empresa também disse que todas as pessoas que compam passagem em seu site são informadas se o voo é operado por outra companhia.

"A companhia também esclarece que acordos comerciais de codeshare (código compartilhado) são frequentes na aviação brasileira e mundial. Atualmente, a Latam mantém acordos de codeshare com empresas aéreas de todo o mundo, inclusive com a Voepass, a companhia aérea responsável pelo voo 2283", diz a nota.

"Em um codeshare, uma empresa vende passagens aéreas de um voo, enquanto a outra empresa é a responsável por toda a operação do voo. A empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional, incluindo o atendimento aos passageiros nos aeroportos, o próprio voo e as suas eventuais contingências. Não se trata, portanto, de 'transferência' ou 'terceirização' de operações", completa o texto.

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