Justiça mantém nova prisão de Deolane Bezerra após audiência de custódia

Influenciadora passou a primeira noite em presídio em Buíque, no interior de Pernambuco

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Recife

O TJ-PE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) manteve a prisão da advogada e influenciadora Deolane Bezerra após audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (11).

De acordo com o tribunal, Deolane teve o mandado de prisão preventiva analisado pelo juízo, que verificou aspectos formais da prisão, como a legalidade no cumprimento do mandado.

A audiência foi realizada de forma virtual a partir da Colônia Penal Feminina de Buíque, no interior pernambucano, onde Deolane está presa desde a noite de terça-feira (10). A cidade fica a 284 km do Recife.

Deolane Bezerra chega a fórum no Recife, nesta terça (10) - Genival Paparazzi/AgNews

O presídio em Buíque tem capacidade para 107 vagas, mas conta atualmente com 264 detentas, segundo o Sindicato dos Policiais Penais de Pernambuco.

Entre as presas no presídio feminino em Buíque estão Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, presas em 2012 por confessarem os assassinatos de mulheres em Garanhuns, no interior de Pernambuco. Isabel admitiu que fazia empadas para vender com restos mortais das vítimas, que estavam enterrados na casa onde elas residiam junto com um homem, também condenado no processo.

Deolane voltou a ser presa na tarde desta terça no Recife. Ela recebeu voz de prisão no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, onde assinaria os trâmites para cumprir a prisão domiciliar. Em Buíque, a advogada está em uma cela reservada por se tratar de um caso de repercussão. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco, o objetivo é resguardar a sua integridade física dela.

Segundo a Polícia Civil, a nova prisão aconteceu "em razão do descumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça para a concessão de sua prisão domiciliar".

A influenciadora havia deixado a Colônia Penal Feminina do Recife na segunda (9), após o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão conceder prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Ela foi recebida na saída por dezenas de fãs e apoiadores que a esperavam no local.

Deolane é investigada por suspeita de envolvimento em uma suposta organização criminosa que atua em jogos ilegais e lavagem de dinheiro e que teria movimentado quase R$ 3 bilhões. Ela diz ser inocente.

Na decisão que concedeu a prisão domiciliar, o desembargador afirmou que Deolane não deveria "se manifestar em redes sociais, imprensa e assemelhados". Ao deixar a Colônia Penal, ela respondeu a perguntas de jornalistas e fez críticas à prisão.

"Isso é uma prisão criminosa. Abuso de autoridade do estado de Pernambuco", disse Deolane, repetidas vezes, na ocasião. "Não há nenhuma prova sequer, não tem uma prova contra mim. Prisão cheia de abuso de autoridade a todos por parte do delegado Paulo Gondim", acrescentou.

Ela também publicou no Instagram uma foto em que aparece com a boca tampada.

O TJ-PE disse na terça que o processo permanece em sigilo para proteger a intimidade dos demais investigados.

"Qualquer manifestação relacionada ao caso será feita exclusivamente nos autos e acessível apenas às partes envolvidas", afirmou o tribunal.

Deolane e a mãe dela, Solange Alves. foram presas na na operação Integration, deflagrada na capital pernambucana e em outros quatro estados. A investigação foi iniciada em abril de 2023 para identificar e desarticular organização criminosa voltada à prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

Conforme o inquérito, a suposta quadrilha usava várias empresas de eventos, publicidade, casas de câmbio, seguros e outras para lavagem de dinheiro feita por meio de depósitos e transações bancárias.

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