Papa defende que escolas deem educação sexual sem 'colonização ideológica'

Pontífice afirmou que educação sexual com colonização ideológica 'destrói a pessoa'

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São Paulo

É preciso dar aula de educação sexual nas escolas, mas uma que seja livre de "colonização ideológica", disse nesta segunda-feira (28) papa Francisco.

"Você precisa de uma educação sexual objetiva, sem colonização ideológica. Se você começar a dar educação sexual repleta de colonização ideológica, você destrói a pessoa."

O pontífice deu a declaração a jornalistas a bordo do avião que o levou de volta ao Vaticano, encerrando sua participação na Jornada Mundial da Juventude, neste ano realizada no Panamá.

"Sexo é um dom de Deus, e não um monstro", disse o papa. A sentença vem sendo celebrada por setores conservadores do Brasil, adeptos da teoria da "ideologia de gênero", que julgam ser uma criação da esquerda para defender que sexo biológico e gênero são coisas distintas.

Em 2016, o papa já havia dito que a teoria de gênero é um "grande inimigo" do casamento tradicional e da família, uma "guerra global" que teria como meta, "não com armas, mas com ideias", propagar a "colonização ideológica".

A expressão já foi empregada pelo argentino em mais de uma ocasião. Para Francisco, seria uma tática aplicada por países do Primeiro Mundo para oprimir outras nações.

Há três anos, o pontífice relatou um encontro com um pai francês que tinha um filho que queria ser menina após ler sobre essa possibilidade num livro. "Isso é contra a natureza", afirmou o papa. "Uma coisa é alguém ter essa tendência… E outra é ensinar isso na escola."

A declaração conversa com o debate brasileiro sobre o Escola Sem Partido, uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que repudia a doutrinação partidária e ideológica por parte de professores. Se por um lado há quem a defenda, por entender que há temas que não devem ser tratados em sala de aula, para críticos trata-se de um mecanismo de censura e intimidação.

O Escola sem Partido foi arquivado depois de meses de discussão em uma comissão especial da Câmara, mas deve voltar a ser discutido pela nova legislatura em 2019.

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