Filho de Carla Zambelli é matriculado em Colégio Militar sem prestar concurso

Instituição tem provas concorridas para ingresso; deputada alega questões de segurança

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Brasília

O filho da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) foi matriculado no Colégio Militar de Brasília sem que tivesse que passar pelo processo de seleção de candidatos. O menino, que tem 11 anos, cursa o 6º ano do ensino fundamental.

A deputada admite privilégio, mas nega irregularidades e alega questões de segurança.

A autorização para o ingresso da criança na escola foi publicada na última sexta-feira (30) no Boletim de Acesso Restrito do Exército e revelado pela revista Veja.

O Centro de Comunicação Social do Exército afirma que a decisão está respaldada pelo artigo 92 do Regulamento dos Colégios Militares. E que a publicação em boletim restrito se deu para preservar informações de cunho particular.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL), que ganhou notoriedade pelo ativismo em favor do impeachment de Dilma Rousseff
A deputada federal Carla Zambelli (PSL), que ganhou notoriedade pelo ativismo em favor do impeachment de Dilma Rousseff - Sergio Dutti/UOL/Folhapress

O artigo em questão diz que casos considerados especiais poderão ser apreciados pelo comandante do Exército, mas não trata de temas relacionados ao ingresso de alunos nas instituições.

Em um outro artigo, é dito que a matrícula de aluno não aprovado em concurso pode ser autorizada pelo comandante do Exército "observados os limites de vagas decorrentes da capacidade física e dos recursos humanos e materiais do CM [Colégio Militar]". As ressalvas listadas dizem respeito a órfãos de militares ou filhos de militares que tenham sido transferidos de cidade.

Na unidade de Brasília, as vagas são disputadas. Em 2017, houve 1.212 candidatos para 25 vagas oferecidas para o sexto ano. Isso significa mais de 48 candidatos por vaga.

Nas redes sociais, Zambelli disse que pediu a vaga por causa de ameaças que ela e o filho sofrem desde 2016. A deputada considera que ele só estaria em segurança em uma escola militarizada. 

“Realmente foi um privilégio [o filho estudar em colégio militar], mas não um privilégio imoral. Eu tive que tirar [meu filho] no meio do ano letivo, de uma cidade que ele adorava, com os amigos dele, a família. Tive que trazer ele às pressas para Brasília por causa das ameaças que ele passou a sofrer de novo”, afirmou.

A deputada reiterou que em caso de excepcionalidade a troca pode ser feita, disse que seu filho foi exposto por uma “imprensa covarde” e afirmou que irá propor a militarização de todos os colégios.
“Isso aconteceria com qualquer filho desde que a ameaça fosse tão grave quanto a minha. O colégio não é público, não tirei a vaga de nenhuma outra criança e continuo pagando as mensalidades. Não tem ilegalidade, não tem imoralidade, não tem corrupção. Não tem absolutamente nada de errado”, disse Zambelli.

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