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Regras importam mais que número de alunos em 'bolhas' na escola, dizem médicos

Colégios adotaram diferentes arranjos para atingir limite de 35% da capacidade

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São Paulo

Com a volta das aulas presenciais em São Paulo em esquema de rodízio, as escolas do estado têm dividido os alunos em grupos compostos sempre pelos mesmos estudantes. Diante da diversidade dos arranjos, porém, pais têm se perguntado: qual deveria ser o tamanho dessas bolhas?

A resposta não é tão simples, dizem especialistas. Não há número específico.

A norma do governo estadual determina que sejam atendidos 35% dos estudantes matriculados por turno. Com a evolução para a fase amarela do Plano São Paulo de controle da pandemia, esse percentual pode chegar a 70%, mas o prefeito Bruno Covas já rejeitou a progressão.

Parte dos colégios está aplicando esse percentual sobre o universo geral de alunos e parte está aplicando sobre cada classe. Muitos, ainda, fizeram uma mescla dos dois modelos, variando de acordo com a faixa etária dos alunos.

No Santa Cruz, em Alto de Pinheiros (zona oeste), por exemplo, crianças da educação infantil têm mais dias de aulas presenciais que os do ensino médio e o da Educação de Jovens e Adultos. Com essa organização, na média geral das turmas, a escola cumpre o limite de 35%.

Na Móbile, em Moema, as turmas do ensino fundamental 2 e do médio foram divididas em bolhas de, em média, 12 alunos cada. Parte deles tem aulas presenciais na própria escola, e parte assiste parte assiste à mesma aula em casa, com tecnologia de transmissão em tempo real. Para evitar que as bolhas se misturem, os horários de lanche, por exemplo, ocorrem dentro das salas de aula, sob supervisão de um educador.

Coordenador médico do pronto-atendimento de Pediatria do Hospital Sírio-Libanês, Ricardo Fonseca diz que não há um número limite de alunos para compôr bolhas como essas, mas é preciso ter uma quantidade de alunos com a qual seja possível respeitar as regras de distanciamento.

Nesse sentido, explica, em turmas de crianças menores, na faixa dos quatro e cinco anos, não é interessante ter muitos alunos, pois os professores e cuidadores teriam assim mais dificuldade em zelas pelo cumprimento das regras.

Já em turmas de adolescentes que não se alimentam na escola e usam máscara, esse número poderia ser maior.

A função da bolha, explica Fonseca, não é só restringir o contato dos alunos, mas também permitir o rastreamento de contatos em caso de suspeita de infecção de algum estudante e, dessa forma, controlar a disseminação do vírus.

Infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato também afirma que não há um número ideal de integrantes para as bolhas.

O importante é cumprir o distanciamento e não descuidar das medidas de prevenção além da sala de aula. “Não adianta deixar dez alunos por classe, se todo mundo entrar no mesmo horário. É preciso escalonar”, afirma.

Ele ressalta ainda que, embora seja mais difícil para as crianças menores cumprirem as regras, o risco de transmissão entre elas é menor do que entre os adolescentes.


Veja as principais recomendações para a volta às aulas

RECOMENDAÇÕES E PROTOCOLO

AO SAIR DE CASA

  • Carregar o próprio álcool em gel
  • Leve máscaras reserva na mochila
  • Mediar a temperatura. Se for superior a 37,5º C, procurar um médico

ANTES DE ENTRAR NA ESCOLA

  • Aferir temperatura preferencialmente com termômetro sem contato
  • Em caso de aparelho digital, fazer a higienização antes e após o uso
  • Se a temperatura for superior a 37,5º C, o aluno não pode entrar e os pais devem procurar atendimento médico
  • A criança deve ser separada das demais até que o responsável chegue

NO TRANSPORTE ESCOLAR

  • Higienizar as mãos antes de entrar e ao sair
  • Evitar ao máximo o contato com superfícies do veículo
  • Veículo deve estar com as janelas abertas
  • Ocupação deve ser intercalada (deixando sempre um livre entre dois ocupados)

NA ESCOLA

  • Evite tocar em portas e maçanetas
  • Espaços devem ser arejados e as superfícies, higienizadas
  • Manter distanciamento de 1,5 m em todas as dependências
  • Usar o cotovelo ao reencontrar amigos
  • Não compartilhar lápis, caneta ou qualquer outro objeto

INTERVALO

  • Deve haver revezamento
  • Ao fazer o lanche, retire a máscara e guarde num saco de papel ou plástico
  • Evite ficar perto de colegas de classe sem máscara durante o lanche
  • Troque a máscara ao voltar do intervalo
  • Cada aluno deve ter água de forma individualizada
  • Se forem fornecidos galões, bebedouros ou purificadores, cada um deve ter seu próprio copo

EDUCAÇÃO FÍSICA

  1. Atividades devem respeitar 1,5 m de distância
  2. Preferencialmente ao ar livre

NA BIBLIOTECA

  • Receber o livro com luvas
  • Não colocar o livro no acervo e nem para empréstimo durante 5 dias
  • No 6º dia, usar EPI para manusear o livro e álcool 70%

HIGIENE PESSOAL

  • Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool 70% ao entrar e sair da escola, biblioteca e entre as refeições e se tossir, espirrar, usar o banheiro, tocar em dinheiro ou manusear alimentos

AO VOLTAR PRA CASA

  • Descarte a máscara ou coloque para lavar
  • Retire a roupa e coloque para lavar
  • Evite deixar mochila no sofá, mesa ou cama

Fontes: Ministério da Educação, Protocolos Sanitários do Plano São Paulo, Instrução normativa da Secretaria Municipal de Educação, pediatra Werther Brunow e infectologista Luiz Carlos Barradas Barata, do Hospital Santa Catarina

Colaborou Clayton Freitas, do Agora

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