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Matrículas em cursos híbridos cresceram 43% em 2022, aponta pesquisa

Estudo, com base em 22 universidades particulares, atribui à pandemia aumento da procura por ensino a distância

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São Paulo

As matrículas em universidades particulares tiveram um aumento de 35% na comparação entre o primeiro semestre de 2022 e o mesmo período em 2021. Segundo dados da pesquisa ​​"Observatório da Educação Superior: O Que Atraem Mais os Estudantes", enquanto no ano passado foram registrados 17 mil novos alunos, neste ano foram quase 24 mil.

O levantamento, feito pela empresa Educa Insights, foi divulgado na manhã desta terça-feira (24) pela Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior). O estudo usou como amostragem 22 faculdades privadas das cinco regiões do Brasil.

Alunos do cursinho Poliedro fazem simulado da Fuvest, em novembro de 2020
Alunos do cursinho Poliedro fazem simulado da Fuvest, em novembro de 2020 - Keiny Andrade - 2.nov.2020/Folhapress

Desde 2010, a modalidade a distância cresce de forma acelerada no Brasil em todas as áreas. A pandemia, porém, impulsionou esse crescimento. De 2021 para 2022, foi registrado um aumento de 43% em novos alunos no sistema híbrido (com aulas a distância e presenciais) e 22% no EAD (ensino a distância). A modalidade presencial registrou crescimento de 39%.

"O número é prova de que não seguiremos mais do mesmo jeito que seguíamos antes. Hoje o jovem já busca oportunidades de acessibilidade em carreiras mais tradicionais", diz Celso Niskier, diretor-presidente da Abmes.

"Em um futuro próximo, não vamos falar mais em presencial e EAD, essas fronteiras vão desaparecer e vamos falar em educação superior atrelada à tecnologia", completa.

O estudo mostrou também um aumento na intenção de aderir ao EAD. Em meses pré-pandêmicos de 2020, o EAD era considerado uma opção por 40% dos futuros universitários. Já depois do início da crise sanitária, a modalidade se tornou uma alternativa para 78%.

Se, de um lado, a busca por maior flexibilidade e aprovação pelo sistema híbrido é um dos motivos elencados pela Abmes para justificar o crescimento, por outro, a associação destaca também que as consequências financeiras da pandemia também tiveram um impacto nisso.

Niskier analisa que parte dos alunos da graduação presencial migraram durante a pandemia ou por causa da crise sanitária para o EAD como uma opção mais financeiramente viável.

"O EAD acabou sendo uma solução para eventual evasão por dificuldade financeira, já que o aluno sem condição de arcar com o tíquete médio maior, caso da graduação presencial, acabou transferindo para o EAD e permanecendo estudando nesse período de mais dificuldade", diz o diretor-presidente da Abmes.

Diretor-executivo da associação, Solon Caldas analisa que o aumento de 35% nas matrículas do ano passado para cá significa uma recuperação entre os estudantes. "Percebemos que o aluno está retomando a questão financeira. O que era um empecilho, no início da pandemia, está se dissolvendo e o aluno está retomando os estudos."

Outro levantamento, de março de 2022, feito pela Educa Insights para a Abmes, mostrou que os cursos a distância na área da saúde tiveram um aumento de quase 80% entre 2019 e 2020.

Agora o novo estudo também aponta que a área de saúde ainda é o destaque entre as dez formações mais buscadas. Entre os cursos presenciais, responder por 70%, com destaque para enfermagem (11,8%), psicologia (11,8%) e odontologia (6,8%). Já a distância, representam metade, liderados por biomedicina (6,7%), fisioterapia (4,9%) e educação física (4,6%).

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